Política Domingo, 17 de Dezembro de 2017, 11h:34 | Atualizado:

Domingo, 17 de Dezembro de 2017, 11h:34 | Atualizado:

LEVANTAMENTO

Em MT, 34% dos magistrados recebem acima do teto constitucional

Segundo dados, salário base corresponde a 83% dos rendimentos dos magistrados

O GLOBO

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Folhas de pagamento entregues este mês ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por tribunais de todo o país mostram que, ao menos nas cortes estaduais, receber remunerações superiores ao teto constitucional é regra, não exceção. Levantamento do Núcleo de Dados do GLOBO, com base nas informações salariais divulgadas pela primeira vez pelo CNJ, aponta que, nos últimos meses, 71,4% dos magistrados dos Tribunais de Justiça (TJs) dos 26 estados e do Distrito Federal somaram rendimentos superiores aos R$ 33.763 pagos aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) — valor estabelecido como máximo pela Constituição.

Dos mais de 16 mil juízes e desembargadores dos TJs, 11,6 mil ultrapassaram o teto. A remuneração média desse grupo de magistrados foi de R$ 42,5 mil. Em Mato Grosso, segundo levantamento, 34% dos magistrados recebem acima do teto constitucional. Segundo estedo, dos vencimentos deles, 83% representa o salário base. Outros 15% correspondem a indenizações e auxílios e 2% são referentes a direitos eventuais.

Nessa conta, auxílios, gratificações e pagamentos retroativos têm peso significativo e chegam a representar um terço do rendimento mensal — cálculo que só pôde ser feito a partir da exigência do CNJ de receber as folhas completas num único padrão. No levantamento, O GLOBO desconsiderou os benefícios a que todos os servidores dos Três Poderes têm direito: férias, abono permanência e 13º salário. Em alguns estados, foi usada como referência a folha de novembro; em outros, a de outubro ou setembro, dependendo da que foi divulgada.

Não é possível, no entanto, afirmar que os pagamentos são irregulares e ferem a lei. A Constituição define como teto os salários dos ministros do STF, mas abre margem para exceções ao retirar “parcelas de caráter indenizatório previstas em lei” do cálculo. Os tribunais argumentam que determinados auxílios, como moradia e alimentação, e os chamados direitos eventuais, entre os quais as gratificações por exercício cumulativo e os pagamentos retroativos, não são considerados na conta do teto constitucional. Os órgãos afirmam seguir as resoluções do CNJ, que fiscaliza o Judiciário e especifica quais auxílios devem ficar de fora do limite.

Procurado, o CNJ declarou que, no momento, apenas recebe os dados e os divulga, sem análise. Ainda que o órgão tenha ampliado a transparência dos salários no Judiciário, a maioria das planilhas divulgadas na página do conselho na internet estava bloqueada, recurso que impede o cruzamento dos dados. Para fazer o levantamento, O GLOBO precisou remover a proteção das planilhas. O CNJ argumentou que os dados foram fechados por “segurança”.

Os dados mostram que, em alguns estados, a proporção de remunerações acima do teto foi ainda maior. Ao todo, 14 tribunais tiveram percentuais de magistrados com rendimentos extrateto maiores do que a média nacional. No Amapá, apenas um dos 97 magistrados não ultrapassou o limite fixado pela Constituição. Em Minas Gerais, Piauí, Amazonas e Maranhão, 90% dos juízes e desembargadores também tiveram rendimentos superiores ao teto. Os menores percentuais foram encontrados nos TJs do Espírito Santo (23%), do Mato Grosso (34%) e da Bahia (45%).

Em Rondônia, a média é de R$ 68,8 mil

O Tribunal de Justiça de Rondônia registrou o maior rendimento médio do país. Lá, a remuneração ficou em R$ 68,8 mil em novembro. No estado, as indenizações — compostas por auxílios- moradia, alimentação, saúde e pagamentos retroativos desses benefícios — corresponderam, em média, a mais da metade do rendimento de juízes e desembargadores no mês passado. Ao todo, nove cortes tiveram média salarial mais alta que a nacional. Nos tribunais do Mato Grosso do Sul e do Acre, ultrapassaram os R$ 50 mil.

Outro seleto grupo de magistrados chama atenção. São 52 juízes e desembargadores que somaram remunerações que ultrapassaram R$ 100 mil em um único mês. Uma juíza do Paraná, por exemplo, teve rendimento de R$ 235 mil em novembro. Trata-se do maior vencimento registrado em todo o país. Na lista, estão ainda 38 magistrados do Tribunal de Justiça de Rondônia.

Nem mesmo o fator de redução salarial, criado para impedir que juízes e desembargadores furem o teto, consegue cumprir o seu objetivo. Apenas 2% de todos os magistrados do país sofreram algum tipo de corte nos rendimentos por causa do limite imposto pela Constituição. A explicação é, de novo, que uma série de “penduricalhos” acaba excluída do cálculo do teto.

Procurados, os tribunais do Amapá, Amazonas, Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Rondônia, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Piauí, Paraná, Roraima, São Paulo, Sergipe, Santa Catarina e Tocantins ressaltaram que respeitam o teto constitucional.

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Comentários (17)

  • Sonia

    Segunda-Feira, 18 de Dezembro de 2017, 10h01
  • Governador Pedro Taques?!!! está na hora de começar a moralizar o serviço público. Está na hora de cumprir a lei e estabelecer o salário do desembargador como teto no Estado. Como bem diz o contribuinte indignado, e todos somos contribuintes, também indignados, precisa estabelecer o limite. É só ver no site da SAD, os salários dos Auditores, bem como a tabela da carreira dos auditores, os valores estão acima do teto, ou, o governador não conhece a lei?!!! a lei é clara: o novo teto é o salário do desembargador do Estado.
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  • Orlando

    Segunda-Feira, 18 de Dezembro de 2017, 09h06
  • Sem dúvida alguma, o Poder Judiciário é um dos Poderes que precisa reduzir gastos com Pessoal. Lá existe indenizações, ajudas de custo e muitos privilégios e benefícios aos magistrados e servidores. Conforme pode ser comprovado através do gráfico acima. As indenizações ou auxílios chegam a 15% do valor salarial. Isso é um absurdo. Isso é um desperdício do dinheiro público. É por isso, que falta dinheiro para investimentos em outras áreas de atuação governamental, tais como: saúde, educação e infraestrutura.
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  • Cris Nunes

    Segunda-Feira, 18 de Dezembro de 2017, 07h32
  • Quero que ganhem mais, tenham todo auxílio possível (auxílio-remédio, auxílio-pão francês, auxílio-bolsa de grife) ... O Brasil caminha para uma espécie de desfiladeiro, não há almoço grátis, de onde sai toda essa fortuna em salários? Quero que ganhem mais mesmo, recheiem bem os bolsos todo mês e vivam como nababos... Um dia a fatura vai chegar e vai ser salgada..
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  • ADNEN

    Segunda-Feira, 18 de Dezembro de 2017, 07h01
  • E alguem ainda espera pela justiça nesta republica de bananas.?
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  • Paula

    Domingo, 17 de Dezembro de 2017, 20h42
  • o Portal do TJ-MT fere a lei da transparência!! Lá você não tem acesso aos salários dos servidores, somente depois de revelar seu CPF, isso é ILEGAL!!! qualquer da população tem direito de saber quanto ganha os servidores do TJ-MT. Quem paga o salários deles somos nós, por meio dos impostos!! TRANSPARÊNCIA TOTAL NO PORTAL DO TJ-MT JÁ!!!
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  • tem que ser

    Domingo, 17 de Dezembro de 2017, 18h13
  • o que esse CNJ está esperando para resolver essa situação contra esse judiciário criminoso de mt, meu povo peguemos o dicionário e procuremos pelas palavras abaixo, isso se resume o que é o TJMT desse estado maravilhosos e sua gente honesta: corrupção, depravação, concupiscência, alto teor de contaminação , TJMT criminoso , delinquentes , desmoralizados, maldosos, indecentes, iniqüidade , dificuldade , luxúria, obscenos , perversos , promiscuos, viciados em dinheiro, repulsa ao trabalho, maldosos, errados, subornos, etc, etc, etc. deve ter mais, só que no momento devo ter esquecido alguns..
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  • Deixa que eu chuto

    Domingo, 17 de Dezembro de 2017, 17h42
  • Contribuinte indignado, você só tem olhos para os fiscais. Faça uma comparação com o salário dos gestores governamentais, delegados, peritos e controladores. Ainda, verifique os percentuais de aumento salarial dessas categorias e também de todas as outras em relação ao do fisco. Para você não se surpreender. Você verá que os aumentos de todas as categorias foram infinitamente maiores que os do GTAF em termos percentuais. O teto dos controladores por exemplo era de aproximadamente 10 mil reais, hoje é mais de 30 mil.
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  • Saulo

    Domingo, 17 de Dezembro de 2017, 16h01
  • Os que deveriam ser os exemplos de cumpridores da lei são os que menos cumpre, como que o cara vai querer aplicar a lei se ele não cumpre.So no Brasil mesmo.
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  • analista social

    Domingo, 17 de Dezembro de 2017, 15h13
  • como é que se conserta um país onde aqueles que deveriam zelar pelo cumprimento da lei são os primeiros a descumpri-las? país de ladrões, começa pelo próprio poder judiciário, e só vamos mudar isso quando tivermos um governo popular, sem rabo preso com as elites e com perversa estrutura social e econômica existente. e para que isso ocorra é preciso ter um povo esclarecido, que tenha noção da estrutura de classe social.
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  • Jacinto Antunes Silva

    Domingo, 17 de Dezembro de 2017, 14h49
  • Não se pode nivelar por baixo, por outro lado o que precisa no Brasil é acabar com os penduricalhos, estes sim acabam por elevar sobremaneira os salários.
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  • Adriano

    Domingo, 17 de Dezembro de 2017, 14h33
  • Isso é um pouca vergonha. Enquanto vivem nessa mordomia, proporcionada pelos duodécimos indecentes, pessoas morrem nos hospitais, acidentes ocorrem nas estradas defeituosas, a bandidagem surfa na falta de segurança, etc, etc etc.
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  • Conformado

    Domingo, 17 de Dezembro de 2017, 13h17
  • O Brasil é o país da bandalheira, onde juiz é o primeiro a descumprir a lei... Não tem conserto. Aqui é o sujo falando do mal lavado...
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  • Conformado

    Domingo, 17 de Dezembro de 2017, 13h16
  • O Brasil é o país da bandalheira, onde juiz é o primeiro a descumprir a lei... Não tem conserto. Aqui é o sujo falando do mal lavado...
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  • J Jos?

    Domingo, 17 de Dezembro de 2017, 13h12
  • Muito bom. Parabéns!
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  • Contribuinte Indignado

    Domingo, 17 de Dezembro de 2017, 12h45
  • A lei serve aos demais. Infelizmente, também no executivo estadual há carreira que recebem acima do teto. Em MT, quando o Silval assumiu como governador, para honrar um compromisso com os fiscais de tributos, mudou o teto, que era o salário do governador e passou ter como referencia o salário do desembargador. Porém, muitos servidores: auditores, fiscais de tributos, recebem acima de 35 mil reais (Não considerando férias, nem 13° salário) O teto no Estado deveria ser de 30.400,00, porém, o governo do Estado tem feito vistas grossas para não tirar privilégios.
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  • Barba

    Domingo, 17 de Dezembro de 2017, 12h12
  • http://www.midianews.com.br/politica/amigo-diz-que-cabo-da-pm-sabia-da-vida-sexual-de-autoridades/309512
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  • alexandre

    Domingo, 17 de Dezembro de 2017, 12h03
  • Pra onde vai todo o dinheiro do Estado.
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