Emanuel diz ser "pai de estacionamento" e alfineta Abilio; ao vivo

 

Minutos antes de prestar depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal que investiga o Estacionamento Rotativo de Cuiabá, o ex-prefeito da capital, Emanuel Pinheiro (MDB), defendeu nesta segunda-feira (7) a parceria público-privada firmada por sua gestão com a empresa CS Mobi. O ex-chefe do Palácio Alencastro, inclusive, vestia uma camisa com uma frase provocativa ao atual comandante do Executivo, Abílio Brunini (PL), a quem ele chamou de "peão".

A camisa de Emanuel continha os dizeres: “Quem não tem visão da casa pronta, não suporta a obra”. Segundo o contrato firmado com a CS Mobi, consórcio responsável por operar o estacionamento rotativo em Cuiabá pelos próximos 30 anos, a empresa, além de cobrar as tarifas nos parquímetros, será responsável por reconstruir o Mercado Municipal Miguel Sutil, localizado na Avenida Isaac Póvoas.

“Quem não tem visão, quem não nasceu para ser rei, não vai passar de peão. O Abílio é o mandante dessa massa falida que sentou na Prefeitura de Cuiabá desde o dia 1º de janeiro até agora. Tinha que vir uma gestão caótica, ultrapassada e sem nenhuma visão de futuro, que é incapaz de enxergar a casa pronta. Lógico que ele vai ter ódio da obra, mas como eu enxergo a casa pronta, amo esse projeto e sou o pai da criança. Não abro mão dessa paternidade”, disse.

O ex-prefeito também refutou um suposto atraso em relação as intervenções no local, apontando que houve todo um processo de construção de licenciamento, ressaltando que a obra está absolutamente dentro do prazo, com alguns atrasos normais, classificando a obra é “um colosso”. Emanuel Pinheiro ressaltou que em uma parceria público-privada não é só a empresa que coloca recursos, sendo necessária a transparência e cuidado.

O ex-prefeito destacou que este tipo de contrato requer riscos, mas que existe a previsão de quanto a Prefeitura irá investir e quanto será aplicado pela CS Mobi. “A empresa cobra o estacionamento para o município, já que a verba é um recurso que entra para a Prefeitura de Cuiabá e não para a CS Mobi. Outro ponto é o de que a visão que temos que olhar é a de que teremos a revitalização e reconstrução do Mercado Municipal Miguel Sutil, com a requalificação do Centro Histórico de Cuiabá, que será uma obra extraordinária, com mais de 180 espaços comerciais, além de gastronomia, espaço para lojas, entre outros”, afirmou.

Vereadores, no entanto, questionam os valores acertados em contrato, já que o montante que a Prefeitura terá que desembolsar para a CS Mobi, no decorrer dos 30 anos, será de R$ 650 milhões. Os parlamentares, inclusive, apontam que o total será ainda maior, chegando a R$ 1 bilhão, devido às correções monetárias pactuadas.