Durante sabatina do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, indicado pela presidente Dilma Roussef para ser reconduzido ao cargo, o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) fez várias insinuações de ilegalidades cometidas na PGR nos últimos dois anos. E, numa dela, o petebista citou algo envolvendo Mato Grosso.
Collor questionou o fato de a Procuradoria Geral da República ter contratado a empresa Oficina da Palavra sem licitação para prestar serviços de assessoria de imprensa ao órgão. Esta empresa foi contratada pela extinta Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo, também sem licitação, pelo valor de R$ 600 mil para prestar consultoria estratégica em eventos.
“Chama a atenção que o Ministério Público Federal questionou o contrato desta empresa com a Secretaria da Copa de Mato Grosso pelo fato de ter sido realizado com dispensa de licitação”, declarou o senador alagoano.
Collor colocou que a Procuradoria Geral da República pagou R$ 940 mil, já somados aditivos contratuais, a “Oficina da Palavra”. “Somente em 2014 os três últimos contratos, incluindo aditivos, somam mais de R$ 940 mil. Tudo sem licitação. Imagine se fosse um prefeito do interior ou de capital ou um governador o que não estaria fazendo o procurador-geral em relação a esses mandatários”, questionou Collor.
Ele questionou também o fato de o jornalista Raul Pilati Rodrigues, que atuava na Oficina da Palavra, ter sido contratado posteriormente para ser seu secretário de comunicação na PGR. Leu um ofício encaminhado a Janot por servidores da PGR questionando a contratação da empresa e levantando se o objetivo era vazar informações para a imprensa.
Janot defendeu a regularidade das contratações tanto da empresa quanto do jornalista. Afirmou que Pilati saiu em junho por vontade própria e que desejava sua continuidade.
O ex-presidente da República se mostrou um dos mais críticos a recondução de Janot a chefia do Ministério Público Federal. Denunciado por participação no esquema da “Operação Lava-Jato”, Collor tem tentado obter a rejeição dele perante os demais senadores.
Para isso, ele tem citado diversas acusações contra o procurador-geral. Citou que ele realizou advocacia privada enquanto procurador-geral e também de esconder seu irmão, que era procurado pela Interpol, em sua residência em Angra dos Reis.
A sabatina de Janot no Senado é cercada de tensão. Responsável por denunciar políticos e ex-autoridades na “Operação Lava-Jato”, a indicação dele não será unanimidade. O evento começou no período da manhã e deve se estender pela tarde.
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