O suplente de deputado estadual Valter Miotto (MDB), denunciado pela ex-esposa Edilene Claro por violência doméstica e patrimonial, também é acusado de ter importunado sexualmente uma ex-servidora da Prefeitura de Matupá (700 km de Cuiabá) em 2020, quando ele era o prefeito do Município.
Conforme o boletim de ocorrência, no dia 18 de novembro de 2020 a vítima relatou que foi até o gabinete do gestor para lhe entregar uma chave. Ao pegar a chave, o Miotto teria tentado agarrar a jovem à força. Não satisfeito, teria passado a mão nas nádegas dela. A servidora contou, ainda, que se sentiu tão constrangida que pediu demissão do cargo comissionado.
Até o dia 2 de janeiro de 2023 a Polícia Civil de Matupá ainda não havia encerrado as investigações por "falta de efetivo" e pediu mais um prazo para concluí-las. "Relato que esta Delegacia tem realizado seu trabalho com afinco, porém não possui efetivo suficiente para dar vazão à demanda de serviço e diante do exposto, necessita de nova dilação de prazo para poder concluir os trabalhos investigativos do presente Inquérito Policial, faço estes autos conclusos à autoridade Policial para conhecimento e providências pertinentes", diz trecho do inquérito.
O caso aguarda conclusão do inquérito civil para ser encaminhado ao Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT) que irá analisar se aceita ou não a denúncia.
VIOLÊNCIA - Valter Miotto foi denunciado pela ex-mulher, Edilaine Claro, por violência psicológica e patrimonial. Na ação, ela afirma que se casou com o ex-prefeito de Matupá em 2006, com quem teve uma filha. A mulher alega que, durante o período em que permaneceram juntos, sofreu violência psicológica, sendo agredida verbalmente e que até mesmo era proibida de sair publicamente sem a permissão de Miotto.
A ex-mulher alega ainda que foi proibida de colocar o seu sobrenome na filha do casal e que Miotto sempre a tratava como um objeto. Nos autos, foi revelado ainda que eles têm residência em Matupá, mas que as filhas dela, do primeiro casamento, residem em Porto Alegre. A outra filha, fruto do relacionamento de ambos, está estudando na Suíça, com despesas estimadas em R$ 1 milhão, pagas pelo suplente de deputado estadual.
No processo, a ex-mulher de Miotto aponta que o ex-prefeito sempre arcou com todas as despesas dela, além de lhe dar uma “mesada”, o que gerou um pedido de ‘compensação’ de R$ 324 mil, além de uma pensão de 40 salários-mínimos (R$ 56,4 mil). Por conta da separação, Edilaine Claro da Silva afirmou que não tem dinheiro para se sustentar e que está contando com a ajuda de familiares, ressaltando ainda que teme pela sua integridade física, já que considera o suplente de deputado como uma pessoa ‘explosiva’.
Na decisão assinada no dia 21 de novembro do ano passado, o juiz Anderson Clayton Dias Batista afirmou que ficou configurado nos autos um cenário de violência psicológica e patrimonial, determinando assim a aplicação de medidas protetivas contra o ex-prefeito. Miotto, com isso, não pode manter contato com a ex, além de ter que obedecer a uma distância mínima de 200 metros. Por fim, o magistrado determinou o pagamento de uma prestação de alimentos provisionais de R$ 40 mil.
nelson
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