Frustrada, Gisela critica sistema eleitoral por "dar mandato" a menos votado

 

A ex-superintendente do Procon Estadual, Gisela Simona (UB), comentou o resultado da recontagem dos votos relativos à eleição de 2018, após a cassação do deputado federal Neri Geller (PP) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ela vivia a expectativa de assumir a cadeira na Câmara dos Deputados, mas a vaga acabou ficando com o ex-secretário de Estado de Educação, Marco Marrafon (Cidadania)

Geller foi cassada pelo TSE em decisão unânime, após ter sido condenado por abuso de poder econômico nas eleições de 2018. A vaga ficou com Vander Masson, que se elegeu prefeito de Tangará da Serra nas eleições de 2020, o que na prática, fará com que a cadeira seja assumida pelo primeiro suplente de sua coligação, Marco Marrafon. Gisela disse ter ficado feliz com o resultado, mesmo não assumindo o mandato. 

“Respeitamos a posição do TRE-MT e vamos seguir o jogo e nossa caminhada rumo às eleições de 2022. O que importa para nós é que foi feita Justiça neste processo de cassação. As provas eram robustas e provaram que realmente houve abuso de poder econômico. Não podemos concordar jamais que as irregularidades prevaleçam”, afirmou. 

No entanto, Gisela Simona lamentou a forma como funciona o sistema eleitoral nas disputas proporcionais. Com a recontagem dos votos, a coligação que era formada pelos partidos PRB/PP/PTB/PT/PMN/PODE/PROS/PR perdeu uma cadeira, que passou a ser ocupada pelo grupo político formado por PSDB/PPS/PSB/SOLIDARIEDADE. Com isso, mesmo tendo obtido 50.682 votos nas eleições de 2018, quem assume o mandato é Marrafon, que teve 27.022 eleitores no último pleito. 

“Fica aí ao eleitor e ao cidadão, se o modelo que nós temos de eleição está correto ou não no Brasil, no sentido de que uma pessoa que teve 27 mil votos assuma, e alguém que teve mais de 50 mil, fique de fora. Faz parte do jogo e da regra, e que seja feito do jeito certo”, desabafou.