O ex-prefeito de Cáceres, Túlio Fontes, atualmente filiado no PSB após deixar o DEM, é considerado peça chave na investigação da Polícia Federal que desmantelou uma quadrilha que desviou R$ 2,5 milhões de repasses feitos pelo Ministério da Saúde para aquisição de medicamentos.
Conforme a investigação da Polícia Federal que deflagrou nesta terça-feira (1º), a "Operação Finare", na gestão de Túlio Fontes foram realizados os sete processos licitatórios apontados pela CGU (Controladoria Geral da União), com indicativos de fraudes e superfaturamento de preços.
Uma das fraudes ocorreu no pregão presencial 14/2012 que acarretou prejuízo de R$ 538 mil pelo pagamento de medicamento e insumos hospitalares com preços superfaturados. “São apontados como principais elementos que indicam fraudes nas licitações, a montagem de processos, simulação de propostas/competição e direcionamento das aquisições”, diz trecho da decisão do juiz federal Mauro Cesar Garcia Patini, ao qual a reportagem da FOLHAMAX teve acesso.
Túlio Fontes ainda é citado em interceptação telefônica de dois servidores públicos de ter conhecimento dos problemas referentes às dívidas da secretaria municipal de Saúde de Cáceres. A Polícia Federal ainda solicitou a Justiça que fosse cumprido mandado de busca e apreensão pelas fortes evidências colhidas ao longo da investigação de que documentos sonegados, notas fiscais alteradas e retificadas que estariam nas mãos de Túlio Fontes.
Agentes da PF cumpriram mandado de busca e apreensão em uma de suas residências e escritório do prefeito na manhã desta terça-feira em Cáceres. Embora não tenha tido a prisão decretada, Túlio Fontes foi conduzido coercitivamente para prestar depoimento na Polícia Federal.
Pré-candidato a deputado federal pelo PSB, Túlio Fontes prestou depoimento por quatro horas em Cuiabá. Ele pagou uma fiança de R$ 150 para ser liberado por conta de uma arma irregular encontrada em sua residência.
OUTRO LADO
Por meio de nota, o ex-prefeito ressaltou que respondeu a todos os questionamentis feitos. "Sempre pautei as minhas duas gestões no respeito ao erário municipal e à legislação vigente".
Fontes também destacou que desde dezembro de 2009, a administração do município é descentralizada. "Cada secretaria municipal passou a ter gestão própria". O gestor também repudiou quaisquer acusações sobre o episódio. "Repudio precipitações e condenações antecipadas, ao mesmo tempo em que também confio que os fatos sejam devida e rigorosamente apurados e que a Justiça prevaleça".
Advogado do ex-prefeito, José Renato Oliveira afirma que, durante o interrogatório, Fontes negou todo e qualquer envolvimento com irregularidades na gestão pública. "Ele não participou de nada. Como há muitos envolvidos e não tivemos acesso ao inquérito, não definimos a estratégia da defesa. Mas ele é inocente".
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