Política Segunda-Feira, 13 de Julho de 2015, 15h:14 | Atualizado:

Segunda-Feira, 13 de Julho de 2015, 15h:14 | Atualizado:

POLÊMICA NO JUDICIÁRIO

Juiz desabafa sobre falta de servidores em vara

 

Lucas Rodrigues
Midiajur

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Após a reclamação de uma parte que alegou demora para o juiz Gilberto Bussiki, da 9ª Vara Cível da Capital, dar andamento a uma ação, o magistrado se pronunciou nos próprios autos sobre o caso.

Em resposta que será destinada à corregedora-geral da Justiça, desembargadora Maria Erotides, o juiz disse que o reduzido número de servidores e o grande volume de processos são alguns dos motivos pelos quais ocorrem atrasos para o impulsionamento de algumas ações.

"Somente para exemplificar, este Juízo possui em tramite um total aproximado de 6.000 (seis mil) ações, e conta apenas com o magistrado e 4 (quatro) servidores, em gabinete, sendo 3 (três) assessores e 1 (uma) estagiária, para toda a demanda processual, o que significa um total de 1200 (mil e duzentos) processo por servidor, bem longe da realidade sugerida pelo CNJ [Conselho Nacional de Justiça]", disse ele.

A realidade sugerida pelo CNJ e citada pelo magistrado, segundo estudos daquele órgão, é de que, no Brasil, o número ideal de processos em estoque, por magistrado, deveria ser de 1,5 mil a 2 mil processos.

"Contudo, mesmo com todas as dificuldades encontradas, este juízo desde a data da posse deste magistrado (07.02.2014) até a presente data (08.07.2015) efetuou o arquivamento de 3.332 (três mil trezentos e trinta e dois) processos, reduzindo significativamente o estoque processual", relatou Bussiki.

Ainda no despacho, o magistrado afirmou que o fato de ter que tirar tempo para responder a esse tipo de reclamação agrava ainda mais a morosidade.

"Importante esclarecer que aparte reclamante em momento algum dirigiu a este juízo solicitando impulso no referido feito, optando por reclamar junto a essa ouvidoria, fato que só restarda a apreciação das demandas, já que ao invés de analisar o mérito dos pedidos tem que responder os pedidos de informações", apontou.

Confira a íntegra da resposta do juiz Gilberto Bussiki:

"Excelentíssima Senhora Desembargadora Corregedora:

Inicialmente, imperioso informar a Vossa Excelência que este magistrado assumiu esta jurisdição, encontrando um grande acúmulo de serviço proveniente da grande quantidade de feitos que tramitam por esta Vara e, ainda, número reduzido de servidores, o que justifica alguns atrasos no andamento de processos.

O processo em questão encontra-se na fase de cumprimento de sentença, com penhora suficiente para garantia do débito, porém a parte credora alegando ser o bem penhorado de difícil comercialização requereu a penhora de crédito do devedor junto ao Cartório do 4º Serviço Notarial de Protestos e Títulos de Cuiabá o que foi prontamente deferido.

Inconformado com a decisão que deferiu a nova penhora e a incidência da multa de 10% prevista no artigo 475-J do CPC, o devedor interpôs embargos de declaração alegando a existência de omissão e contradição.

Ressalta-se que este juízo primando pela celeridade processual realiza a triagem dos processos por assunto, e diante disso, pode ter ocorrido que o referido processo ficou fora da ordem de conclusão, o que justifica o atraso na análise do mesmo, mas como já explanado, a demora no impulso e julgamento de algumas ações advém, exatamente em função, do reduzido número de servidor e do grande volume de processos.

Somente para exemplificar, este Juízo possui em tramite um total aproximado de 6.000 (seis mil) ações, e conta apenas com o magistrado e 4 (quatro) servidores, em gabinete, sendo 3 (três) assessores e 1 (uma) estagiária, para toda a demanda processual, o que significa um total de 1200 (mil e duzentos) processo por servidor, bem longe da realidade sugerida pelo CNJ. Contudo, mesmo com todas as dificuldades encontradas este juízo desde a data da posse deste magistrado (07.02.2014) até a presente data (08.07.2015) efetuou o arquivamento de 3.332 (três mil trezentos e trinta e dois) processos, reduzindo significativamente o estoque processual.

Importante esclarecer que aparte reclamante em momento algum dirigiu a este juízo solicitando impulso no referido feito, optando por reclamar junto a essa ouvidoria, fato que só restarda a apreciação das demandas, já que ao invés de analisar o mérito dos pedidos tem que resposder os pedidos de informações .

Por fim informo que foi dado o devido impulso ao processo.

São essas as informações que entendi serem pertinentes ao caso em tela, colocando-me ao inteiro dispor para quaisquer outros esclarecimentos que Vossa Excelência entender necessários.

Cuiabá-MT, 08 de julho de 2015.

Gilberto Lopes Bussiki

Juiz de Direito"





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Comentários (5)

  • Rodney Ferreira

    Segunda-Feira, 13 de Julho de 2015, 18h04
  • É imagino que o quadro de funcionários que ajudam o juiz é bem pouco mesmo, porque tenho um processo de danos morais contra um grupo de loja de Cuiabá, já dura 5 anos sendo no juizado de pequenas causas. difícil infelizmente é assim MUITA CALMA NESSA HORA
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  • Ricardo

    Segunda-Feira, 13 de Julho de 2015, 16h28
  • Concurso Público jáaaaa TJMT
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  • Ernani

    Segunda-Feira, 13 de Julho de 2015, 15h59
  • O fato é que quando cada magistrado respondia por aproximadamente 3.000 a 4.000 processos eles (Juízes) reclamavam do acúmulo de serviço e que tinham poucos auxiliares, cerca de 5 em cada escrivania. Passa o tempo, os magistrados são outros em sua maioria, e a situação continua a mesma ou pior. Faz-se mutirão para liberar alvarás eletrônicos, mutirão para juntadas, mutirão para tornar os processos conclusos, etc., etc. Quando se vai em algumas escrivanias reclamar uma liberação de alvará, ouve-se que "temos mais de 900 processos para conclusão, vamos fazer mutirão". Passam semanas, e o argumento é o mesmo. Desta forma, dentro de dois a três anos, cada Vara terá de 8.000 a 10.000 processos! E os clientes reclamam, e responsabilizam os advogados. Como é que fica? Não dá para recorrer ao Papa, que ele está assoberbado de serviço
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  • Paulo Chagas

    Segunda-Feira, 13 de Julho de 2015, 15h42
  • Parabéns Dr. Gilberto Bussiki, fica aqui registrado o nosso respeito, e o TJMT deveria pensar/refletir quando receber essas reclamações temerárias, pois isso demanda tempo do Magistrado para respondê-las!!
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  • CLEIDIANO

    Segunda-Feira, 13 de Julho de 2015, 15h34
  • juiz tem trabalhar mesmo!!!! ganha bem pra isso! tem juiz ja chega so meio dia trabalhar e sai 18 vai despachar o que de processo? ainda bem, que a corregedora atual, nao passa mao cabeca de ninguem!! essa é um exemplo de juiza.
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