A juíza Ana Cristina Silva Mendes, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, voltou a negar a liberdade a Clodomar Massotti, preso preventivamente por suspeita de integrar uma organização criminosa, que consistia na prática de agiotagem, empréstimo pessoal com juros considerados abusivos. A decisão é do dia 9 e elenca que a defesa não apresentou novos fatos para fundamentar o pedido de liberdade.
Neste novo pedido, a defesa de Massotti apresentou a declaração de uma mulher, G.S.B., que teria trabalhado por dois anos na empresa de duas das vítimas, identificadas por H. e V., da suposta organização e que teria presenciado todos os acontecimentos. Segundo ela, Clodomar possuía uma mesa no escritório das duas vítimas. “Afirma a declarante que tinha ciência das negociações realizadas entre o acusado e a vítima e nunca presenciou qualquer desentendimento entre ambos”, cita o relatório da magistrada.
Em sua decisão, a magistrada acolheu os argumentos do Ministério Público do Estado (MP), que rechaçou uma mudança de entendimento do caso com base apenas no depoimento de G.S.B. “Embora todo esforço da defesa para tentar desvincular o acusado do contexto fático em apuração, é certo que a declaração unilateral prestada pela ex-funcionária da vítima, por si só, não tem o condão de resultar a reanálise do decreto prisional outrora proferido, porquanto os fundamentos já foram exaustivamente analisados e reiteradamente demonstrados pelo Juízo, os quais ainda permanecem vigentes”.
A defesa do investigado fundamentou também que não há qualquer depoimento no caso que aponte que Clodomar utilizasse armas para coagir seus devedores durante a cobrança. A argumentação, porém, também não convenceu a magistrada.
Em fevereiro deste ano, Mendes já havia negado a um pedido de revogação da prisão formulada pelo advogado de Clodomar. Clodomar Massotti foi preso no dia 6 de fevereiro deste ano, durante deflagração da “Operação Caporegime”, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Além dele, outras sete pessoas foram detidas, todas no interior do Estado. Foram detidos: Caio Cesar Lopes Favato, Clodomar Massoti, Edson Joaquim Luís da Silva, João Claudinei Favato, José Paulino Favato, Luan Correia da Silva, Luís Lima de Souza e Purcino Barroso Braga Neto. Segundo as investigações, o grupo é suspeito de praticar o crime de agiotagem já há 10 anos, usando, inclusive, extorsões e tentativa de homicídio durante as cobranças.
O levantamento também aponta que o grupo cobrava juros de 4% a 5% ao mês de suas vítimas. Em muitos casos, elas não conseguiam efetuar o pagamento e acabavam tendo seus bens, com valores superiores à dívida, para quitar o débito.
Apesar de o caso tramitar na Sétima Vara Criminal de Cuiabá, os mandados foram cumpridos no interior do Estado, nas comarcas de Sinop, Peixoto de Azevedo, Guarantã do Norte, Marcelândia e Alta Floresta.
A suspeita é de que o grupo tenha praticado também lavagem de dinheiro. O nome da operação é em referência a um cargo importante na hierarquia de uma família da máfia italiana.
Paulo
Domingo, 14 de Abril de 2019, 10h01Atento
Domingo, 14 de Abril de 2019, 08h48Rafael
Domingo, 14 de Abril de 2019, 06h09Ant?nio
Sábado, 13 de Abril de 2019, 19h29pobret?o
Sábado, 13 de Abril de 2019, 17h38Paulo de almeida
Sábado, 13 de Abril de 2019, 15h55