Após vários meses sem manter nenhum tipo de contato, o senador Pedro Taques (PDT) e o ex-juiz federal Julier Sebastião da Silva (PMDB) sentaram a mesa na semana passada para iniciar um diálogo para aparar as rusgas. De amigos, os dois passaram a ter uma relação conflituosa nos bastidores após o ex-magistrado ter em dezembro do ano passado a casa e gabinetes invadidos pela Polícia Federal durante a "Operação Ararath".
Embora não admita publicamente, Julier suspeitava que a operação teria acontecido devido a uma suposta influência de Taques. A reunião entre os dois teve três testemunhas: um conselheiro do Tribunal de Contas, um dono de jornal diário e ainda um procurador do Ministério Público Estadual.
Durante o encontro, o clima teve momentos de tensão. No entanto, ao final, os dois definiram que neste momento irão manter uma relação respeitosa até que se definam a composição das campanhas majoritárias de situação e oposição. A partir do início da campanha, os ânimos podem ficar mais exaltados.
Taques é pré-candidato ao Governo do Estado consolidada pelo grupo oposicionista e Julier tenta se viabilizar como o candidato da base governista ao palácio Paiaguás. Os dois tinham uma relação de proximidade que teve o auge em 2002 quando ambos conseguiram desmantelar uma organização criminosa em Mato Grosso comandada a época pelo ex-policial civil João Arcanjo Ribeiro, que está preso em Porto Velho (RO).