Lista de golpistas de MT tem delegado, pastor e médica; veja quem são

 

 

Até o momento, sete mato-grossenses foram identificados nos atos de vandalismo em Brasília, neste domingo (8). Os ataques à democracia depredaram o Congresso Nacional, presidência da República e o Supremo Tribunal Federal (STF), mas o ministro da Corte, Alexandre de Moraes, garantiu que todos serão identificados e devidamente punidos.

Ele determinou o bloqueio dos perfis, canais e contas de bolsonaristas radicais participantes do ataque. Entre os terroristas que invadiram a Praça dos Três Poderes está o pastor Erlindo da Cruz, de 54 anos, ex-candidato a vice-prefeito em Chapada dos Guimarães (67 km de Cuiabá), nas eleições 2020.

Erlindo chegou a dizer em um vídeo que o ato terrorista foi vitória do povo brasileiro. "Subimos a rampa do Congresso, depois de muito gás de muita fumaça, olhos ardendo, nós subimos a rampa do Congresso”, disse em rede sociais. 

Outro bolsonarista trajando balaclava foi identificado como Gilberto Carlos da Nóbrega, também mato-grossense presente no ato golpista. Imagens registradas pelos próprios baderneiros, mostram a destruição deixada nas sedes dos três poderes, Congresso, Palácio do Planalto e Supremo.

Gilberto Carlos, que é de Cáceres, ainda comemora no vídeo: “acabamos de tomar, isso aqui é nosso ou não é? É nosso. Estamos aqui. Aqui é mato-grossense de verdade”, diz. 

Casal de Sinop (480 km de Cuiabá), o agrônomo Juliano Antoniolli e a médica ginecologista, Luane Grotta, também estão entre os arruaceiros que depredaram prédios públicos na Capital Federal.  Ambos eram ativos nas redes sociais em defesa do bolsonarismo.

No entanto, seus perfis nas redes sociais sumiram desde que a foto do casal foi divulgada pelo perfil Contragolpe Brasil criado no Instagram para expor os envolvidos nos ataques para que outros usuários das redes sociais ajudem a identificá-los. Outro baderneiro identificado foi Fabrízio Cisneros, morador de Cáceres (225 km de Cuiabá), que fez diversas lives em suas redes sociais durante o ataque em Brasília. Em uma transmissão, ele mostrou com riqueza de detalhes a invasão ao Supremo Tribunal Federal.

Outra que gravou vídeo, este já dentro do Senado, foi Alessandra Faria Rondon. Ela se sentou na cadeira do ex-senador Carlos Fávaro (PSD) e atual ministro da Agricultura de Lula (PT), a quem xingou de "traidor da pátria, de Mato Grosso", e também mostrou as cadeiras dos senadores Wellington Fagundes (PL) e Jayme Campos (União). Berrando ela diz “só saio daqui a hora que os traidores da pátria estiverem presos”.

Aos gritos de “Supremo é o povo”, ele detalha o quebra-quebra realizado na Corte e afirma diversas vezes que “é guerra” e que “invadiram o STF” e “o Poder é nosso”. O terrorista mato-grossense incentiva, inclusive, a realização de pichações no STF e autodenomina o ato como “A revolução dos manés”.

O delegado aposentado da Polícia Civil de Mato Grosso, Ronan Gomes Vilar, também estava presente no vandalismo. Em vídeos divulgados nas redes socais, ele mostra o momento em que os terroristas atacam as sedes dos Três Poderes. Ele também se filma em meio ao acampamento dos bolsonaristas.

DEMOCRACIA EM RISCO

O ato terrorista iniciou na tarde de domingo, após milhares de eleitores inconformados com a vitória do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subirem a rampa do Congresso Nacional e invadirem a parte superior, onde ficam as cúpulas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, além do Superior Tribunal Federal. Os prédios foram gravemente depredados, além de terem objetos valiosos saqueados e roubados.

A Polícia Militar do Distrito Federal não foi capaz de conter os baderneiros, que por mais de 3 horas instauraram o caos na Esplanada dos Ministérios. Os bolsonaristas começaram a recuar somente após o aumento do efetivo das forças de segurança. Segundo as informações já foram presos mais de 300 golpistas. 

O ministro Alexandre de Moraes determinou o desmonte imediato do acampamento de bolsonaristas em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília, assim como a apreensão e o bloqueio de todos os ônibus que trouxeram os golpistas para o Distrito Federal. Também está proibida, até 31 de janeiro, a entrada de qualquer ônibus e caminhão com manifestantes na capital do país. 

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