O senador Blairo Maggi (PR) afirmou que membros do Ministério Público do Estado (MPE) atuaram politicamente, ao propor ação civil pública por ato de improbidade administrativa contra ele, no caso que ficou conhecido como "Escândalo dos Maquinários". Em decisão, na última sexta-feira (25), a juíza Célia Regina Vidotti, da Vara de Ação Civil Pública e Ação Popular, extinguiu o processo e afirmou que a proposição lhe causava "estranheza".
“Para mim, me causou estranheza foi a propositura da ação, e não a decisão da juíza. Membros do Ministério Público não podem atuar politicamente, ou com decisões que tenham cunho político, o que, para mim, é esse caso. E nós vamos discutir isso daqui para a frente”, afirmou o senador, em entrevista durante o intervalo do jogo entre Luverdense e Vasco, na Arena Pantanal, no último sábado (26).
Maggi disse que tomou todas as providências que estavam a seu alcance, quando a fraude foi descoberta. “Eu me sinto totalmente tranquilo, como sempre, em relação a essa questão. O que o Ministério Público quis dizer, nessa ação, é que, na época, eu não havia tomado todas as medidas que deveriam ser tomadas. Pelo contrário, eu tomei todas as ações e medidas que estavam a meu alcance. Eu tomei todas as providências possíveis à época”, disse.
“Agora, a juíza demonstra cabalmente em sua decisão que essa atitude do Ministério Público causa até estranheza, já que a ação corre há quatro anos em todas as esferas por onde passou. Na esfera estadual, especificamente, não há uma menção ao meu nome. Na esfera federal, ainda havia uma ação popular”, disse.
Na ação a que o senador se refere, na esfera federal, ele foi inocentado no final do mês de março, pelo então juiz Julier Sebastião da Silva.
Maquinários
O superfaturamento de R$ 44 milhões na compra de máquinas pesadas ocorreu na gestão de Maggi como governador, porém, ele já foi inocentado pela Justiça Federal.
Na ação, proposta no último dia 9 de abril, o procurador Siger Tutiya, do MPE, defendeu a responsabilização de Maggi e o acusou de improbidade administrativa.
Além da responsabilização no caso, o MPE queria que Maggi fosse obrigado a ressarcir os cofres públicos. Na ação, agora extinta, o procurador pediu a perda do mandato e a cassação dos direitos políticos do senador.
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