Ex-governador de Mato Grosso, considerado 'Rei da Soja', o empresário Blairo Maggi (PP) foi constrangido por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) em um restaurante na Argentina, após uma pescaria neste final de semana. Vídeos que circulam em grupos de WhatsApp mostram Maggi, que também já foi ministro da Agricultura no governo de Michel Temer (MDB), em uma mesa enquanto bolsonaristas gritam 'Mito' em sua frente.

Em outro momento de 'saia justa', Blairo se junta aos apoiadores de Jair e diz que não vai puxar o coro para ele, mas também não vai puxar para Lula. Ou seja, ele estaria imparcial na disputa ao Palácio do Planalto.

A provocação se dá após o clã dos Maggi se mostrar rachado entre o bolsonarismo e o petismo. Recentemente um áudio de Elusmar Maggi, primo de Blairo, vazou com ele dizendo que Bolsonaro é “ruim de serviço” e um “simples motoqueiro”.

Além disso, lembrou que foi na gestão do Partido dos Trabalhadores que o agronegócio mais se expandiu. Já a irmã do ex-governador, empresária Marli Maggi, colocou uma faixa de apoio ao presidente no portão de sua mansão localizada no bairro Birigui, região mais valorizada de Rondonópolis (212 km de Cuiabá).

Como tem interesse nas duas candidaturas à presidência, Blairo tenta manter um boa relação com os dois lados. Com Bolsonaro, ele tem o governador Mauro Mendes (União).

Já com o ex-presidente Lula, ele tem ao seu lado Neri Geller (PP), outro nome do agronegócio e candidato do pestista ao Senado em Mato Grosso. Contudo, até o momento, ele mantém suspense sobre seu voto.

Nesse imbróglio, Bolsonaro permanece calado sobre o apoio de Blairo. Lula, por sua vez, em entrevistas recentes tem ressaltado ser amigo de Maggi e que, caso eleito, tentará construir uma ponte entre o agronegócio e a agricultura familiar.