Fórum de Integração Comercial Sul Americana, realizado nesta sexta-feira (21), em Cáceres, com a participação de representantes públicos da Bolívia e Chile possibilitou estreitar os laços entre os países andinos, em prol do melhoramento da logística de transporte terrestre e portuário. A iniciativa do Rotary Clube de Cáceres retoma o projeto engavetado desde 1993.
Geraldo Leão, coordenador do Fórum, destacou que o projeto é uma alternativa viável para o escoamento da produção do Estado, grande celeiro do mundo. Em sua palestra, ele traçou de forma aproximada, as zonas de influência que seriam mais beneficiadas com saídas para o Pacífico.
O prefeito Jorge Soria Quiroga, da cidade portuária de Iquique (Chile), reiterou que a integração traria riqueza aos povos dos países envolvidos e defendeu a criação de corredores visando unir as nações. “Com o mínimo de investimento podemos terminar alguns trechos interligando os corredores rodoviários e ferroviários e isso será possível com a união dos presidentes dos três países”, disse Sória.
Emilio Tamayo, cônsul da Bolívia em Mato Grosso observou que essa articulação acontece em um bom momento e disse que a Bolívia está aberta para participar da integração que deverá trazer inúmeros benefícios. Ezequiel Fonseca, deputado estadual representando a Assembleia Legislativa frisou que a rota será a realização de um sonho, pois alavancaria a região sudoeste, como zona de produtividade.
“Queremos essas rodovias chegando até o Chile em perfeitas condições e os portos em funcionamento. Sou um incentivador e defensor do projeto”, justificou. Também participaram do evento, Washington Calado, presidente do Rotary em Cáceres; Renato Roster, governador do Rotary; prefeito de Cáceres, Francis Maris; representante da AMM, Darci Lovato; representante do CREA, engenheiro Adilson Reis; presidente da Câmara de Cáceres, Alvasir Alencar e demais vereadores; prefeito de Porto Esperidião, Zé do PT e vereadores, representante da FIENT e SINTEP, Davi Ferreira de Carvalho e demais autoridades representando a Aprosoja, OAB e FAPAM.
Leão em sua explanação acrescentou que o Brasil está incrementando o seu comércio exterior com os países do Oriente, no entanto, apontou a necessidade de saídas rodoviárias para o Oceano Pacífico com estradas pavimentadas e confiáveis, de modo a baratear os fretes globais.
Segundo ele, os mercados do Pacífico, em especial do Japão, China e dos Tigres Asiáticos (Coréia do Sul, Taiwan e Cingapura), vêm crescendo progressivamente, bem como a produção de grãos nas regiões Centro-Oeste e Norte. Porém, sem adequadas saídas para o Pacífico, o Brasil perde valiosas rotas para participar deste comércio crescente.
Além disto, estas saídas facilitariam também o intercâmbio com a costa oeste dos EUA, bem como impulsionariam o comércio regional na América do Sul. O engenheiro Geraldo Reis acrescentou que os produtos brasileiros oriundos de Mato Grosso, atualmente exportados pelos portos do Atlântico, estão com a sua competitividade ameaçada.
Pois além dos longos percursos rodoviários, a má conservação das estradas está causando o encarecimento dos fretes. Por outro lado, as tarifas portuárias em Santos e em outros portos do litoral brasileiro são consideradas altas para padrões mundiais, além do congestionamento verificado.
Ao final do evento, foi elaborada uma ata com a constituição de uma comissão de caráter internacional, onde um representante a ser escolhido por cada entidade ou órgão acompanhe o desenrolar e o desenvolvimento do projeto.