O governador Mauro Mendes (UB), em entrevista na manhã desta segunda-feira (13) à rádio CBN, afirmou que não irá discutir sobre cenários eleitorais do pleito de 2026 antes do ano que vem. O gestor também afirmou que a população precisará escolher bem os candidatos que disputarão o Governo do Estado e a Presidência da República, revelando ainda que é favorável a entrada do cantor Gusttavo Lima no debate, mas que para assumir o cargo, é preciso ter experiência.

Mauro Mendes afirmou que não sabe ainda se disputará algum cargo em 2026, mesmo tendo o nome cogitado para o Senado Federal ou até mesmo a Presidência da República. O governador, que não poderá concorrer a um tereciro mandato, afirmou que também poderá repetir o cenário de 2016, quando concluiu seu primeiro mandato como prefeito de Cuiabá e não tentou se reeleger.

“Sempre falo isso, desde quando era prefeito, e depois como governador. Deixa para se falar de eleição no ano de eleição. Por enquanto, é trabalhar. Temos muita coisa para fazer e vamos ocupar nossa energia com isso. Deixemos 2026 para o ano que vem. Pode ser que eu seja candidato ou não. Todo mundo apostava em 2016 que eu tentaria a reeleição em Cuiabá e, quando chegou a última hora, eu não podia e voltei para casa. Pode ser que aconteça isso de novo. O cidadão não quer saber dessa conversinha política fora de hora”, afirmou.

O governador também rebateu alguns nomes que o criticam por ter um perfil mais administrativo e menos político, ressaltando que, na verdade, o que pretendem é voltar ao poder. Ele, inclusive, fez um paralelo sobre o projeto de lei que prevê a instalação de câmeras em policiais militares, afirmando que só o fará quando políticos de carreira fizerem o mesmo.

“Existem alguns políticos que querem meter a mão, roubar e enriquecer. Quando discutimos, por exemplo, sobre câmeras em policiais, eu concordo, mas se vamos colocar em policiais, por conta de 1% que cometem crimes, vamos colocar em todos os políticos também, juízes e desembargadores que vendem sentença, integrantes do Ministério Público. Tem algumas discussões que são atravessadas. Minha prioridade é entregar resultados para a população”, disse.

Questionado sobre seu sucessor, Mauro Mendes afirmou que o eleitorado mato-grossense não pode repetir os erros cometidos pelos moradores de Cuiabá, em relação ao ex-prefeito Emanuel Pinheiro, que o sucedeu no Palácio Alencastro. O governador citou, como exemplo, o cargo de técnico da Seleção Brasileira, cujo nome a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) define com base no histórico de carreira dos treinadores.

Mauro defende que o atual vice, Otaviano Pivetta (Republicanos), seja eleito. “Não controlo o tempo, muito menos o futuro, mas vou me esforçar em 2026 para mostrar para a população o risco de se escolher gente incompetente, desonesta ou inexperiente, como aconteceu em Cuiabá e pode vir a acontecer em Mato Grosso. Temos que escolher alguém sério. Não pode ser um ‘amigo de infância’. Administrar o Estado é como um time de futebol. Não basta eu falar que gosto de futebol e falar que vou fazer 10 gols por partida, mas nunca joguei bola ou fui técnico de algum time. Já pensou a CBF escolhendo o novo técnico da Seleção Brasileira em uma eleição direta e vencendo quem fosse melhor de gogó? Tem que mostrar resultado, para ir para esta função, e temos que ter o mesmo pensamento na hora de escolher presidente, governador e outros cargos”, destacou.

Por fim, Mauro Mendes comentou sobre a possibilidade de o cantor Gusttavo Lima venha a disputar a eleição presidencial, em 2026. O sertanejo anunciou, recentemente, que pretende concorrer ao Palácio do Planalto, mas o governador afirmou que não basta vontade para ser um bom administrador, fazendo até um paralelo com a própria música, afirmando que não se arriscaria como cantor, profissionalmente, por não ter talento.

“Com todo respeito ao Gusttavo, que é um amigo querido e até falei com ele dias atrás, por telefone, todo mundo tem direito a se candidatar, mas é como se eu falasse que quero ser cantor. Eu canto? Tenho voz? Uma coisa é eu cantar tomando uma cervejinha e outra é querer gravar um disco e lançar em âmbito nacional. Tem que ter talento, competência e histórico. Ele tem o direito de entrar no debate e isso é bom, mas o jogo está começando e não vamos espantar ninguém. Será eleito, em 2026, aquele que tiver a maior capacidade de convencer os brasileiros de que sabe o que tem que ser feito, tem coragem de fazer, e tem estratégia de transformar isso em realidade e mudar essa trajetória que o Governo Federal está tomando, que vai quebrar o país. As coisas estão indo ladeira abaixo e é óbvio que vai dar merda, em algum momento”, completou.