Na avaliação do governador Mauro Mendes (União Brasil), não há necessidade de prorrogar a intervenção do governo do Estado na Saúde de Cuiabá. De acordo com ele, a equipe já cumpriu seu papel.
O governo passou a gerir a pasta em 15 março deste ano, após decisão judicial da Turma Especial do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Inicialmente, a medida iria durar 90 dias, mas o caso foi julgado novamente, em junho, e os magistrados decidiram manter a intervenção até 31 de dezembro.
Questionado, Mendes afirmou que não há necessidade de extrapolar o prazo para além de dezembro de 2023. “Eu acho que é suficiente. Acho que já cumprimos nosso papel. Eu estou muito tranquilo e já disse isso para o Gabinete de Intervenção. Se perguntar a minha opinião, eu acho que tem que terminar a intervenção dia 31 de dezembro”, opinou, na manhã desta terça-feira (15), em evento de assinatura de ordem de serviço do Centro Infantil, em Cuiabá.
ADAUTO BOTELHO
Ainda, Mauro Mendes afirmou que o Hospital Adauto Botelho, na capital, ainda não teve sua reforma concluída por conta de dificuldades das empresas em encontrar mão de obra. O questionamento foi feito ao gestor estadual depois de ter sido revelado que o ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis, 49, autor do feminicídio da advogada Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni, 49, deveria estar internado na unidade.
O ex-policial havia sido preso pela Polícia Judiciária Civil (PJC) em junho, para o cumprimento de uma sentença de dois anos de internação, após o mesmo ter sido diagnosticado com transtornos psiquiátricos. No entanto, a diretoria do Hospital Adauto Botelho, assim como diretores de presídios, informou que não haviam vagas, o que fez com que o juiz Leonardo Pitaluga determinasse a soltura dele, durante a audiência de custódia.
Ao ser questionado sobre a falta de vagas, Mauro Mendes afirmou que o Hospital Adauto Botelho ainda está em reformas, obra que já dura três anos e que ainda não foi concluída por falta de mão de obra disponível. Durante um evento, realizado na manhã desta terça-feira, no antigo Pronto Socorro de Cuiabá, o governador falou que o problema é crônico e atinge várias obras no estado.
“O Adauto Botelho está em obra de melhoria, de reforma, de ampliação. Já há uns três anos que a obra começou, mas infelizmente, as empresas estão tendo dificuldade em reformá-lo por falta de mão de obra do estado. Lá, nesse caso específico, é isso. Eu já participei de reuniões de acompanhamento de obra e o Adauto Botelho sempre está na agenda que os trabalhos estão caminhando, infelizmente a passo de tartaruga, como algumas outras obras. Nós estamos rescindindo algumas e outras a gente tem paciência porque não consegue contratar. É um problema crônico hoje no Mato Grosso a falta de mão de obra nessa área da construção civil”, afirmou.
O secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, foi em um caminho diferente do que o governador Mauro Mendes, afirmando que a unidade está pronta e preparada para receber pacientes como o ex-policial. Ele também destacou que caso não exista vaga no hospital, suspeitos como Almir Monteiro dos Reis podem ser absorvidos pelo sistema prisional.
“O Adauto Botelho está sendo 100% remodelado e acabamos agora a primeira etapa da reforma, de altíssimo nível. Essa demanda por esse policial foi realizada não agora, mas há anos atrás. Naquela oportunidade, não existia vaga. Sempre que a unidade estava em superlotação, não tinha 10 leitos disponíveis para esse tipo de paciente. Então, se tiver uma decisão judicial, nós vamos abrigá-lo, mas quando não há disponibilidade no hospital para alguém com esse perfil, ele é absorvido pelo sistema prisional”.
Almir Monteiro dos Reis, de 49 anos é suspeito de ter matado a advogada Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni, de 48 anos, no domingo (13), após um encontro, tendo o corpo da vítima sido encontrado pelo próprio irmão, dentro do carro dela, no Parque das Águas, na Capital. O ex-policial militar foi preso após confessar ter cometido o crime.
Cristiane foi vista pela última vez no último sábado (12) enquanto participava de um churrasco em família. Mais tarde, ela e um primo foram a um bar próximo à Arena Pantanal. Em determinado momento, o primo foi embora e a jurista ficou acompanhada do ex-policial. O irmão da advogada conseguiu rastrear o veículo dela, um Jeep, que indicava a localização no Parque das Águas, onde a vítima foi encontrada desacordada no banco do passageiro.
Ela foi socorrida e levada para um hospital particular, onde sua morte foi confirmada. Durante a investigação, a polícia descobriu que ele havia dirigido o carro da vítima pela manhã. Exames necroscópicos revelam que a advogada foi vítima de um suposto estupro, antes de seu brutal assassinato. Por meio de uma análise pericial, múltiplas lesões, hematomas, pancadas e violência sexual foram confirmados. Ele alega ter tido relações sexuais com ela e que ela estava extremamente alterada e alcoolizada, culminando em uma queda.
O suspeito removeu os lençóis da cama, os colocou para lavar e deixou tudo de molho em uma máquina como forma de apagar vestígios do crime. Por essas razões, a Polícia Civil caracteriza o crime como feminicídio e tentativa de fraude processual e pediu a prisão preventiva do ex-policial.
ROBERTÃO
Terça-Feira, 15 de Agosto de 2023, 14h22Daniel
Terça-Feira, 15 de Agosto de 2023, 12h39Luis
Terça-Feira, 15 de Agosto de 2023, 12h21Maedina
Terça-Feira, 15 de Agosto de 2023, 12h08