Mauro dispara que TCU será responsável por mortes na FEB, em VG

 

Em tom de indignação com o Tribunal de Contas da União (TCU), o governador Mauro Mendes (União) esteve em Brasília para demonstrar, pessoalmente, numa conversa com o ministro Aroldo Cedraz, sua “revolta” contra a decisão que mandou o Governo de Mato Grosso suspender os procedimentos administrativos em curso para implantar o modal de transporte BRT (Ônibus de Trânsito Rápido) no lugar das obras inacabadas do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

Mauro Mendes revelou, em entrevista na manhã desta quinta-feira (2), ter dito diretamente ao ministro do TCU que ele, juntamente com a Prefeitura de Cuiabá, poderão ser responsabilizados pelos acidentes com mortes que têm sido registrados na Avenida da FEB, envolvendo as obras abandonadas do VLT.

A Prefeitura de Várzea Grande, onde está a Avenida da FEB, é favorável ao BRT, mas do outro lado da ponte, na Capital, o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) segue irredutível quanto sua defesa pela retomada das obras do VLT, modal que consumiu mais de R$ 1 bilhão com a promessa de ser finalizado antes da Copa do Mundo de 2014 que teve a Capital como uma das subsedes, mas foi abandonada no final daquele ano, se tornando um dos principais símbolos da corrupção e descaso com o dinheiro público, na gestão do ex-governador Silval Barbosa.

Mauro Mendes anunciou a troca do modal pelo BRT e tratou de quitar o financiamento R$ 560 milhões existia junto à Caixa Econômica Federal (CEF), contraído em 2012 na gestão Silval Barbosa para a construção do VLT. A dívida era um entrave para liberação da mudança de modal para o BRT. Com isso, foi realizada licitação na qual o Consórcio Construtor BRT Cuiabá sagrou-se vencedor com proposta de R$ 468 milhões.

No entanto, a Prefeitura de Cuiabá obteve decisão favorável do Tribunal de Contas da União para impedir o avanço das tratativas para iniciar a obra. Na manhã desta quinta-feira o governador falou sobre o assunto. “Ontem eu falei de novo com o ministro e reafirmei para ele o absurdo que é a decisão que ele tomou. Estive com ele ontem de novo, falei ministro pelo amor de Deus estamos lá com gente morrendo na Avenida da FEB, daqui a pouco a Prefeitura de Cuiabá e o senhor terão que ser responsabilizados porque parar uma obra né, qual o motivo?”, relatou o governador.

Mendes enfatizou que o Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) decidiu favorável à mudança de modal para avançar com as obras do BRT. “Agora vou obedecer o TCE ou o TCU? Não tem verba federal, qualquer pessoa com a mais humilde compreensão entende isso e concorda com isso. TCU cuida de órgãos federais e de verba federal, nesta obra não tem um centavo do Governo Federal, nenhum centavo de órgão federal. O Ministério Público já disse isso, declinando de participar de uma ação. Chega ser ‘incompreensível’, mas eu já compreendo os interesses escusos que talvez estejam por trás disso”, disparou o governador.