O governador Mauro Mendes (UB) comentou sobre a decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) que acatou um recurso do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), e emitiu um parecer favorável à aprovação das contas do gestor referente ao ano de 2022, pelo placar de 5 votos a 2. Mendes afirmou que o Estado e a União fazem repasses sim ao município. 

"Eu fui prefeito de Cuiabá, então se alguém quer discutir esse tema comigo tem que se preparar porque Cuiabá recebe por isso. Se recebe para ser governador como eu recebo tem que fazer o trabalho de governador e não reclamar. Cuiabá recebe dinheiro do Estado e da União para atender o interior. Quer receber e não quer prestar serviço? Explica essa lógica. Cuiabá é gestão plena, quem tá fazendo esse discurso não entende nada de saúde", disse nesta segunda-feira (9). 

Ocorre que na última semana, durante seu voto revisor, o relator do recurso, conselheiro Valter Albano, explicou que as despesas com Saúde no município de 2022 cresceram 46,46% em relação ao ano de 2021. Todavia, os repasses do SUS (Sistema Único de Saúde) oriundos da União e do Estado cresceram apenas 32,55% no mesmo período.

Albano concordou com os argumentos da defesa do prefeito, feita pelos advogados Emanoel Bezerra e Diógenes Curado, e destacou que a capital passou a atender pacientes do interior sem qualquer respaldo financeiro de seus municípios de origem. Os conselheiros Waldir Teis, Domingos Neto, Guilherme Malouf e Sérgio Ricardo - que preside o TCE e não precisava votar -, acompanharam o voto do colega.

Já o conselheiro Antonio Joaquim, que foi relator das contas no TCE, e que considerou a dívida cerca de R$ 1,2 bilhão uma “irregularidade gravíssima”, divergiu de Albano e votou para manter as contas do prefeito Emanuel Pinheiro reprovadas. O conselheiro José Carlos Novelli seguiu o voto de Antônio Joaquim.

Questionado sobre, Mauro Mendes disse que quem tem que explicar essa decisão é o próprio TCE. "O Tribunal de Contas tem que esclarecer o que mudou de lá para cá. Reprova por ampla maioria e depois aprova. Ainda acreditam na conversa dele? Pelo amor de Deus! Eles têm que explicar isso, o caos na saúde está configurado e Cuiabá recebe dinheiro do Estado e da União para prestar serviço como gestão plena ao interior", afirmou. 

Por fim, Mendes sugeriu que a capital pare de receber os recursos da União e do Estado, uma vez que não presta os serviços de forma correta. "Você recebe dinheiro para prestar serviço e reclama de prestá-lo? Corta o financiamento do Estado e da União e aí sim vai poder dizer que está prestando serviço sem receber, se não é uma conversa sem pé nem cabeça", disparou.