A ex-vereadora de Cuiabá e atual suplente de deputada estadual Edna Sampaio (PT) fez uma grave denúncia ao declarar que recebeu propostas para pagar propina em troca da preservação de seu mandato na Câmara Municipal. A revelação foi dada durante entrevista ao portal Veja Bem MT onde comentou seu retorno à cena política, agora ocupando temporariamente uma cadeira na Assembleia Legislativa (ALMT).
Ela toma posse no dia 13 de agosto. “Recebi proposta de pagar para eu não ser cassada. Se eu tivesse pago, eu não teria sido cassada”, afirmou Edna sem citar nomes.
Segundo ela, intermediários a procuraram com promessas de que “tinha um jeito” de resolver a situação da cassação. “Não me disseram o valor. Falaram que o valor seria depois. Mas com certeza não seria um salário mínimo”, ironizou.
A parlamentar teve seu mandato cassado em julho de 2024, sob acusações de má gestão de verba indenizatória, isto é, de praticar ‘rachadinha’ com sua ex-chefe de gabinete Laura Natasha Abreu. Edna, contudo, sempre sustentou que a decisão foi política e motivada por setores conservadores da Casa.
"Fui cassada por aqueles que, inclusive, agora estão afastados pela Justiça pela acusação de cobrar propina de empresa que presta serviço à prefeitura", lembrou, em referência ao então presidente da Casa, vereador Chico 2000 (PL). O liberal está afastado desde abril deste ano junto com o colega vereador Sargento Joelson (PSB) após ser alvo da Operação Perfídia, que investiga o pagamento de propina para aprovação de projetos.
Posteriormente, ele foi alvo da Operação Rescaldo, deflagrada em junho e que investiga compra de votos durante as eleições de 2024, em Várzea Grande e Cuiabá. Durante a entrevista, ela criticou o que chamou de “machismo estrutural” na política cuiabana, denunciou desigualdade de gênero e racial nos espaços de poder e disse que sua cassação reflete uma tentativa de silenciar vozes progressistas.
“Eles sabiam que eu não tinha costa quente, ninguém ia me proteger”, completou. Apesar da cassação, Edna explica que não está inelegível, pois no momento da candidatura a deputada estadual, ainda possuía direitos políticos. “Espero que o Judiciário julgue meu processo e me devolva o direito de ser candidata. A Justiça é um direito de cada cidadão e cidadã. Eu não estou na política para sobreviver. Estou porque acredito que uma mulher preta deve ter o direito de atuar com autonomia no poder", concluiu.
Agora, Edna assume uma cadeira na ALMT por dois meses, na vaga deixada temporariamente por Valdir Barranco (PT). Ela afirma que usará o tempo curto para pautar temas ligados à proteção das mulheres e ao enfrentamento do feminicídio, crime que atinge majoritariamente mulheres negras em Mato Grosso. Segundo a parlamentar, 60% das vítimas em 2024 pertenciam a esse grupo.
José
Quinta-Feira, 07 de Agosto de 2025, 22h02José
Quinta-Feira, 07 de Agosto de 2025, 21h37MP tem que agir e exigir nomes
Quinta-Feira, 07 de Agosto de 2025, 21h24JOSEH
Quinta-Feira, 07 de Agosto de 2025, 20h47Alencar
Quinta-Feira, 07 de Agosto de 2025, 20h28Lionel
Quinta-Feira, 07 de Agosto de 2025, 20h21João José
Quinta-Feira, 07 de Agosto de 2025, 20h18