Médica alega que não disputou Senado por "falta de coerência"

 

A médica e professora universitária Natasha Slhessarenko (PSD) voltou a abordar os bastidores de sua desistência da corrida ao Senado em 2022. À época filiada ao PSB, ela era vista como uma aposta promissora — especialmente após receber apoio inicial do então candidato a vice-presidente, Geraldo Alckmin, e pontuar em pesquisas regionais. 

Na visão dela, faltou coerência por parte dos “aliados”. “Naquele momento não houve possibilidade de composição. Fiquei me perguntando por que eu, que estava na frente nas pesquisas e era um nome novo, tinha que ser suplente. Faltou coerência com o discurso de valorização da mulher na política”, criticou em entrevista à TV Vila Real, nesta terça-feira (24). 

Em agosto de 2022, Natasha interrompeu sua campanha após um pedido direto de Alckmin, então vice na chapa do ex-presidente Lula (PT). Ela deveria aceitar a suplência de Neri Geller (PP) — o candidato do bloco da Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB).

A pressão também incluiu convites para assumir a vice-governadoria na chapa de Márcia Pinheiro (PV).  Por conta dos acordos políticos no estado — como o fechamento de palanque do governador Mauro Mendes (UB), que dava espaço apenas ao senador Wellington Fagundes (PL) — ela ficou sem suporte partidário.

Sua candidatura contava com apenas 21 segundos de TV e rádio, além de estrutura mínima de campanha. Mesmo com ofertas para compor a chapa majoritária, Natasha optou por recuar, afirmando que não buscava “poder a qualquer preço” e ponderando que a política deveria seguir “ética, decência e lealdade”.

Contudo, em entrevistas posteriores, ela admitiu ter se sentido “jogada para fora do palanque”, destacando ter sido “rifada pelo próprio grupo político”.  Com a desistência — comunicada oficialmente em 6 de agosto de 2022 — Natasha retomou suas atividades como médica e professora.

Desde então, tem deixado claro que não abandonou a política: afirmou estar aberta a disputar eleições estaduais ou municipais, chegando a ser ventilada em 2024 à Prefeitura de Cuiabá. Agora em 2026, Slhessarenko já se colocou à disposição do partido para disputar Governo.