Médico acusa vereador de invadir UTI e pede cassação em Cuiabá

 

O médico Marcus Vinícius Ramos de Oliveira apresentou ao presidente da Câmara de Cuiabá, Chico 2000 (PL), uma representação por quebra de decoro parlamentar contra o vereador Marcrean dos Santos (MDB). O servidor público acusa o parlamentar de ter invadido o pronto-socorro muncipal de Cuiabá, o antigo PS, no último domingo (9) e, aos berros, teria ameaçado o profissional e sua equipe exigindo informações de seu interesse pessoal. 

A leitura da representação e do boletim de ocorrência realizado na Polícia Civil foi feita na sessão ordinária desta quinta-feira (13) pelo vereador Rogério Varanda (PSDB). Conforme o documento, Marcrean teria utilizado de seu cargo público para intimidar o servidor durante seu expediente de trabalho na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do PS.

"Promoveu calúnia contra mim ao relatar aos familiares que eu me encontrava dormindo durante o plantão. A situação criada pelo tal vereador gerou transtornos durante a assistência aos pacientes devido ao atraso ocasionado, além de que o mesmo constrangeu os servidores durante atividade laboral. Quanto a mim tentou intimidar por meio de ameaças com o propósito de me prejudicar abusando da sua posição como figura pública", informa o registro policial.

De acordo com o médico, ele estaria ocupado dando assistências a outros pacientes. "Desta forma, ao agir assim não resta dúvida para representar o vereador que deve sofrer sanões previstas no código de ética, o represento pela abertura do procedimento ético de quebra de decoro parlamentar para as devidas proviências que o caso requer.

Para ingressar com a representação, o médico alega "uma afronta ao trabalho dessa unidade de saúde" e argumenta que isso fere "moralmente artigos do códio penal brasileiro, como o desacato a funcionários públicos no exercicio de sua função". O crime de desacato ocorre quando alguém ofende um funcionário público que está exercendo seu trabalho.

A pena pode ser de detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. A Comissão de ética e Decoro Parlamentar é formada pelos vereadores Rodrigo Sá e Arruda (PSDB), Kassio Coelho (Podemos) e Wilson Kero Kero (PMB).