Política Sexta-Feira, 04 de Novembro de 2016, 16h:30 | Atualizado:

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OPERAÇÃO SODOMA IV

MPE descobre contratação de consultoria de Nadaf por dono de buffet

Contrato teria sido firmado para "lavar" dinheiro de propina paga com desapropriação do bairro Jardim Liberdade

LEONARDO HEITOR
Da Redação

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A NBC Consultoria, empresa criada pelo ex-secretário-chefe da Casa Civil, Pedro Nadaf, foi criada exclusivamente para lavar dinheiro de propina. É o que diz a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado (MPE), por meio da promotora Ana Cristina Bardusco, relativa a quarta fase da Operação Sodoma.

A empresa teve dois contratos de Prestação de Serviços de Consultoria e Assessoria de Planejamento Empresarial firmados com empresas "parceiras" do Buffet Leila Malouf. Os documentos foram encontrados nas dependências do buffet, no cumprimento do mandado de busca e apreensão na deflagração da operação, realizada no dia 26 de setembro. Na ocasião, o proprietário do buffet, Allan Malouf, foi alvo de um mandado de condução coercitiva à Delegacia Fazendária.

As empresas figuram como prestadoras de serviços terceirizados ao Buffet Leila Malouf para o fornecimento de profissionais de serviços como segurança, porteiro, garçom, barman e serviços gerais. Os contratos foram firmados com as empresas Martins De Almeida & D'ambros Ltda. e Marcal Costa E Cia Ltda., ambas administrada de fato por Alan Ayoub Malouf e Silmar Esteves De Freitas.

Os referidos contratos, assinados por Silmar, na condição de procurador dos supostos proprietários, simulavam a prestação de serviço de consultoria pela NBC, empresa de fachada e utilizada tão somente para lavagem de dinheiro, pela qual as empresas acima se comprometiam a efetuar o pagamento mensal, pelo prazo de 12 meses, nos valores de R$ 8 mil e R$ 7 mil, respectivamente, para a NBC, ambos firmados em 26 de abril de 2015.

A denúncia do Ministério Público Estadual destaca que o próprio Pedro Nadaf confessou que o contrato foi fraudado para ocultar a propina recebida por ele no esquema que desviou R$ 15 milhões na desapropriação da área que compreende o bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá. "Veja, que os contratos também serviam para justificar despesas das referidas empresas e, ainda, restituir o dinheiro lavado ao Pedro Nadaf, portanto, promovendo o reingresso ao seu capital (integração)", diz trecho da denúncia.

O Ministério Público ainda aponta que toda a operação era de conhecimento de Alan Malouf, que tinha pleno conhecimento de que o contrato com a NBC Consultoria foir firmado para "lavar" dinheiro oriundo de propina. "Evidente que ALAN ao aceitar firmar os falsos contratos de prestação de serviço, ao contrário do alegado, ilustra que tinha plena ciência da origem ilícita dos valores que recebeu de PEDRO NADAF tanto que agiu em conluio com o mesmo para garantir mecanismos para a ocultação, lavagem e reingresso dos recursos ilícitos".

NBC CONSULTORIA

A NBC Consultoria já havia sido citada na 1ª fase da "Operação Sodoma" quando foi investigado o pagamento de propina por parte do empresário João Batista Rosa para manter os incentivos fiscais do Grupo Tractor Parts junto ao Governo do Estado. Na ocasião, Nadaf simulou um contrato com as empresas de João Rosa para justificar o recebimento de R$ 2,8 milhões pago em propinas.

O próprio empresário revelou que não houve nenhum tipo de consultoria prestada pelo ex-secretário da Casa Civil a sua empresa. Após adotar a postura de confessar crimes, Nadaf também confirmou que a sua empresa firmou contratos apenas para justificar a propina recebida de João Rosa.

SODOMA 4

O Ministério Público Estadual sustenta que o pagamento da desapropriação da área onde está localizado o bairro Jardim Liberdade, nas imediações do bairro Osmar Cabral, à empresa Santorini Empreendimentos Imobiliários Ltda, proprietária do imóvel, se deu pelo propósito específico de desviar dinheiro público do Estado de Mato Grosso em benefício da organização criminosa liderada pelo ex-governador. A Controladoria Geral do Estado constatou que houve superfaturamento de cerca de R$ 14 milhões no pagamento da desapropriação.

A área foi avaliada em R$ 17,875 milhões, enquanto o Estado pagou R$ 31,715 milhões. De todo o valor pago pelo Estado pela desapropriação, o correspondente a 50%, ou seja, R$ 15,857 milhões retornaram aos agentes públicos via empresa SF Assessoria e Organização de Eventos, de propriedade de Filinto Müller.

Pelas fraudes, estão presos o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), os ex-secretários Marcel de Cursi, Sílvio Correa Araújo e Arnaldo Alves de Souza, além do procurador aposentado Francisco Gomes de Andrade Lima Filho. O empresário Valdir Piran chegou a ser preso, mas foi solto no último dia 28 de outubro por decisão da juíza Selma Rosane Arruda. Ele está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica.

OUTRO LADO

Por meio de nota, a assessoria de imprensa do Buffet Leila Malouf informou que os contratos com a NBC Consultoria são referentes a palestras contratadas com Pedro Nadaf, que à época, além de secretário de Estado era presidente da Fecomércio. No entanto, as palestraas não foram realizados.

A empresa nega que os os contratos tenham sido feitos para "lavagem de dinheiro", conforme denuncia o MPE. Diz ainda que as contratações somam R$ 15 mil e não justificaria "devolver" apenas R$ 15 mil quando o desvio de Nadaf mencionado na denúncia é de R$ 1,5 milhão. 

Veja a íntegra da nota:

Em relação à notícia intitulada “MPE descobre contratação de consultoria de Nadaf por dono de buffet”, publicada nesta sexta-feira (04), no site FolhaMax, venho a público prestar as seguintes informações:

1- A alegação do Ministério Público Estadual de que os contratos entre as empresas NBC Consultoria, Martins De Almeida & D’ambros Ltda e Marcal Costa e Cia Ltda, foram firmados para “lavar” dinheiro, conforme aponta a notícia, traz alguns equívocos;

2- Os contratos foram celebrados para realização de palestras que o então secretário de estado e presidente da Fecomércio, Pedro Nadaf, também conhecido por ser palestrante, realizaria em um evento;

3- À época foram emitidas duas notas fiscais, sendo uma de R$ 7 mil e outra no valor de R$ 8 mil, para pagamento desse serviço de palestras, porém Pedro Nadaf cancelou sua participação no evento, alegando outros compromissos agendados.

4- Por algum motivo as notas não foram canceladas pelo emissor, todavia também não foram pagas, pois o serviço não foi prestado.

5- Não existe qualquer possibilidade de ter sido realizada uma contratação mensal, conforme menciona a matéria, uma vez que essas foram as únicas notas emitidas.

6- Também causa estranheza a acusação de lavagem de dinheiro no montante de R$ 1,5 milhão, para que seja devolvido apenas R$ 15 mil, o que não aconteceu.

7- Vale salientar que esse fato já foi narrado às autoridades e é de total interesse do empresário Alan Malouf que os fatos sejam esclarecidos e, por isso, reitera que continuará à disposição para quaisquer esclarecimentos, confiando plenamente na Justiça.

Assessoria de imprensa

 

Buffet Leila Malouf 

 





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Comentários (3)

  • Rafael

    Sábado, 05 de Novembro de 2016, 16h09
  • Prova que estão o Nadaff e o Malouf mentindo. Os 2 soltos jogando culpa nos outros e guardando o dinheiro publico desviado.. vergonhoso
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  • Nao ti Conto

    Sábado, 05 de Novembro de 2016, 10h30
  • UHAUHAHUAUHA....cara de visão, montou - BUFFET & LAVANDERIA uhauhahuuhahaa
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  • dimais

    Sexta-Feira, 04 de Novembro de 2016, 19h25
  • E nadaf ta soltinho da silva, sem entregar ninguem pelo jeito , é so confessar um por cento da robalheira que fez e devolver uns 10 por cento e ta tudo bem. legal.
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