Política Quinta-Feira, 07 de Novembro de 2024, 14h:50 | Atualizado:

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CORRUPÇÃO

MPE pede condenação de filho de prefeita e mulher de vice por compra de votos em MT

Eleitora teve que comprovar esquema; Barra pode ter nova eleição

LEONARDO HEITOR
Da Redação

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O Ministério Público Eleitoral (MPE) apresentou memoriais finais em uma ação eleitoral que pode resultar na realização de um novo pleito em Barra do Bugres. O processo foi instaurado após uma denúncia do candidato derrotado nas eleições do último dia 6 de outubro, onde acusa que o grupo da atual prefeita, reeleita para o cargo, teria tentado comprar o voto de uma mulher por R$ 2 mil, além de mudar ela de cargo na Prefeitura.

A investigação foi proposta após a coligação “Renovação com Experiência”, liderada pelo ex-candidato a prefeito de Barra do Bugres, Luiz Sansão (Novo), que ficou em segundo lugar nas eleições do último dia 6 de outubro. Ele, que foi derrotado pela atual gestora, Maria Azenilda Pereira (Republicanos), reeleita para o cargo, acusa sua adversária de abuso do poder político e econômico decorrente da compra do voto de uma mulher.

Segundo os autos, Carlos Luiz Pereira Neto, ex-secretário municipal de Administração e filho da prefeita reeleita, teria oferecido R$ 2 mil a Luciana Viana da Silva para que ela votasse em Maria Azenilda, candidata à reeleição ao cargo de prefeita. De acordo com a mulher, ao final de uma reunião em uma residência, Carlos a chamou no carro e pediu para ela “fechar com ele” que ele daria o que ela quisesse e mudaria tudo na casa dela.

Depois ele foi na casa dela e deu R$ 700,00 para ela “fechar com ele” e “votar nele”. Dias depois, em reunião no bairro de Luciana, Rosandria Cardoso da Silva, que é do grupo da atual prefeita e esposa do vice Artuzão, disse que a mulher deveria provar o voto dela no palanque.

No dia seguinte, Rosandria disse que “ia ver” para Luciana sair da UPA em que atua. Em outro encontro, Carlos a procurou e disse que havia levado o que ela queria, mas ela não quis acompanha-lo dizendo que não estava a venda e ele disse que ia dar para outra pessoa.

Em seguida, Arnaldo, pai de Carlos, se aproximou de Luciana perguntando o que ela queria, pois eles iriam ajudar. Depois Rosandria disse que se a mulher não fosse falar no palanque, ela iria. Em juízo, Luciana disse que está sofrendo represálias desde quando começou a trabalhar para a atual gestão.

Ela pontuou que, durante o período eleitoral, sofreu muito no hospital em que trabalhava, pois teve que se afastar das funções por motivo de doença. “Em seu depoimento, ela relatou que Carlos e Rosindra prometeram ajudá-la a mudar de função ou de emprego, mas não ajudaram. Em um “bate papo na casa de um amigo”, Carlos chamou Luciana no carro e pediu para ela “fechar com ele” que ele a ajudava “no que for”, diz.

Luciana disse que precisava de um muro e Carlos respondeu que dava o muro e o que ela quisesse. Um dia, Carlos foi na casa dela e entregou uma quantia em dinheiro dizendo que era R$ 1.000,00.

Depois ela viu que eram apenas R$ 700,00 e mandou mensagem para ele avisando. Ele disse que depois levava a diferença. Luciana relatou que, por quatro anos, nunca teve regalia no trabalho, mesmo doente, mas no período eleitoral era tratada como “a pessoa mais importante do mundo”.

A mulher relatou que percebeu, posteriormente, que o grupo estaria fazendo “palco” para ela falar bem deles e depois a iriam “jogar fora”. “Seria tudo por dinheiro. Eles colocaram na ‘política deles’ que ela é louca e estava pagando R$ 200,00 para outra menina. Luciana disse para o Carlos que ele não compraria o voto dela por R$ 2.000,00, nem por um milhão de reais. Depois, o Rubinei ficou ‘jogando na cidade’ quem estaria comprando voto e espalhou vídeos como se ela estivesse pagando propina. Ela fez a ‘denúncia’ em razão da humilhação feita por Carlos”, apontam os autos.

Por fim, foi relatado que um vizinho de Luciana tomou seu celular, a força, e o quebrou. Nos autos, o MPE aponta que ficou devidamente demonstrado que Carlos e Rosandria entregaram dinheiro e prometeram vantagem de cunho pessoal, inclusive emprego, a Luciana com a finalidade de obter voto e apoio político dela.

O órgão ministerial relatou ainda que o grupo da prefeita abusou do poder político e do poder de autoridade, valendo-se da interferência deles na administração pública, prometendo afastar Luciana da função no hospital. “Portanto, ao contrário do que defendem os requeridos, as provas colacionadas aos autos comprovam o oferecimento de benesses por Carlos e Rosandria em troca de voto. Por outro lado, não há provas suficientes de que Maria Azenilda e Arthur José participaram, consentiram ou tinham conhecimento da infração eleitoral. Eles pouco são mencionados nos relatos. Assim, imperiosa a improcedência dos pedidos em relação a Maria Azenilda e Arthur José. Ante o exposto, o Ministério Público Eleitoral se manifesta pela parcial procedências dos pedidos iniciais para decretar a inelegibilidade de Rosandria Cardoso da Silva e Carlos Luiz Pereira Neto para as eleições a se realizarem nos oito anos subsequentes à eleição em que se verificou a conduta ilícita”, diz a petição.





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