Neurilan Fraga não é mais presidente do Conselho de Ética do PSD regional: em caráter irrevogável renunciou ao cargo enviando expediente do presidente da sigla, o ex-vice-governador Carlos Fávaro. A renúncia, na semana passada, foi mantida em silêncio e somente agora Neurilan a revela.
A razão para a renúncia? Neurilan alega que perderia a autoridade se tentasse aplicar o estatuto partidário aos deputados estaduais Nininho, Gilmar Fabris, Wagner Ramos e Pedro Satélite, que defendem a candidatura à reeleição do governador tucano Pedro Taques. “Para evitar dissabor e desgaste”, preferi sair, justifica acrescentando que mesmo fora da função continua filiado ao partido.
Eleito em 2 de maio juntamente com a nova direção do PSD liderada por Fávaro, Neurilan é cauteloso ao abordar a renúncia, mas dá sinais de insatisfação com o posicionamento de Fabris, Nininho, Satélite e Wagner Ramos, que além de integrarem a bancada de sustentação do governador, defendem sua reeleição. Da bancada do PSD, somente José Domingos não apoia Taques e assume posicionamento de neutralidade em relação às candidaturas, além de ter desistido de tentar outro mandato.
Irmão de Neurilan, José Domingos foi filmado no mandato anterior (2011/14) recebendo maços de dinheiro de Sílvio Corrêa, à época chefe do Gabinete do então governador Silval Barbosa, que em delação premiada homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux, informou que se tratava de mensalinho.
Presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Neurilan virou peça importante no projeto político de Fávaro, que rompeu com Taques, renunciou ao cargo de vice-governador, quer disputar o Senado e articula com o senador republicano Wellington Fagundes, pré-candidato ao governo, para integrar a coligação que o apoiará.
Solidário com Fávaro, Neurilan defende a aliança do PSD com Wellington, mas esbarra na resistência da bancada. Com a divergência interna, somente pelo voto convencional seria possível definir o rumo do partido em outubro; essa, segundo analistas, seria uma disputa difícil e que independentemente do resultado não afastaria os quatro parlamentares de Taques. Com o terreno minado, a prudência recomendou a retirada estratégica.
Mesmo fora do diretório do PSD Neurilan continua defendendo a coligação de seu partido com Wellington, mas sem peso para opinar sobre esse posicionamento em convenção.
Fávaro, sem Neurilan, fica praticamente ilhado no PSD, mas mesmo assim apoiado por alguns prefeitos e vereadores. Sem mandato eletivo a voz do ex-vice-governador perde força diante do bloco parlamentar afinado com Taques. Aliados do governador comemoram o desmoronamento do poder de Fávaro e apostam todas as fichas que o partido de Kassab estará com Taques em seu palanque.
Fávaro não se manifestou sobre a renúncia de Neurilan, mas continua costurando politicamente em direção a Wellington. Na quarta-feira, 4, ele e o senador foram recebidos por Kassab, falaram sobre a situação interna do partido e uma possível coligação com o PR. Uma fonte garante que Kassab ouviu, que disse apoiar Fávaro, mas que não bateu o martelo.
AMM – Neurilan além de revelar a renúncia acrescentou que na AMM continuará fazendo oposição ao governador por conta de atrasos nos repasses constitucionais aos municípios, sobretudo nas áreas da Saúde e Educação.
Jo?o Melo
Domingo, 08 de Julho de 2018, 10h19Eleitor
Domingo, 08 de Julho de 2018, 07h56Robson Souza
Sábado, 07 de Julho de 2018, 22h10Joseph K.
Sábado, 07 de Julho de 2018, 13h44manoelito pereira dos santos
Sábado, 07 de Julho de 2018, 11h46