Uma nota fiscal apreendida pela Polícia Federal no mês de fevereiro comprovaria supostamente as estreitas ligações entre o ex-secretário de Fazenda, Casa Civil e Copa, Éder Moraes Dias (PMDB), e o empresário do ramo de factoring, Valdir Agostinho Piran. O documento apreendido durante a quarta fase da "Operação Ararath" mostra uma transação no valor de R$ 1,350 milhão em que Éder Moraes compra uma Ferrari cinza do modelo 599 GTB de ano de 2009 através de uma consignação com a empresa RT Comércio e Importação de Veículos Ltda, que tem sede em São Paulo (SP).

A nota fiscal tem data do dia 14 de fevereiro de 2013. O carro tem placas de Brasília (DF) e está em nome do empresário Valdir Agostinho Piran, conforme pesquisa no site da secretaria de Fazenda do Distrito Federal. Somente o IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) do carro de luxo é R$ 41,761 mil por ano.

Éder Moraes e Valdir Piran são investigados pela Polícia Federal de participar de um esquema de lavagem de dinheiro público através de postos de combustíveis, empresas de factoring e atacado. Eles tiveram em fevereiro casa e escritórios invadidos por agentes da Polícia Federal.

Somente no dia desta operação, a PF cumpriu 24 mandados de busca e apreensão. Segundo a PF, foram apreendidos R$ 126 milhões em notas promissórias e cheques apreendidos.

FARSA

Éder Moraes disse há pouco ao FOLHAMAX que a nota fiscal seria uma montagem. "Esta montagem que circula nas mídias sociais é mais um tiro no escuro dos meus inimigos", afirmou que solicitará uma investigaçaõ profunda para que se ache a origem de onde partiiu a imagem do documento.

O ex-secretário dos governos de Blairo Maggi (PR) e Silval Barbosa (PMDB) revelou estar passando por dificuldades financeiras. "Se eu tivesse uma Ferrari, não estaria passando por apuros para pagar minhas contas. Estou desfazendo de parte do meu patrimônio construído em 30 anos", explicou.

Éder Moraes revelou que sabe quem estaria patrocinando uma campanha para prejudicá-lo perante a opinião pública. "Particularmente, eu sei que está fazendo isso comigo, mas na hora certa irei dar nome aos bois", declarou.

Apesar do ex-secretário apontar que a nota fiscal seja uma farsa, o FOLHAMAX entrou em contato com a empresa RT Comércio e Importação de Veículos. Uma funcionária da empresa que atendeu ao telefonema explicou que houve de fato a transação do carro ao ex-secretário, mas que não foi feita por ela.

Também foi checada a originalidade do documento no site da Receita Federal. Através da chave de acesso da nota, ficou comprovado de que se trata um documento original emitido no dia 14 de fevereiro de 2013 às 17h32min26seg.

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