Um suspeito de tentar atrapalhar o cumprimento de mandados em uma operação contra suposto esquema de venda de sentenças proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) se entregou nesta quinta-feira (15). Diego Cavalcante Gomes estava foragido desde esta quarta-feira (14) após a Polícia Federal não o localizar durante o cumprimento do mandado de prisão.
Segundo apurado pela TV Globo, ele é apontado pela Polícia Federal como um suposto operador do esquema, ligado ao lobista e empresário de Mato Grosso Andreson de Oliveira Gonçalves, que está preso e é investigado como um dos principais personagens envolvidos no esquema de venda de sentenças do STJ. Diego sofreu um mandado de busca e apreensão na terça-feira, mas quebrou o telefone celular quando policiais chegaram a sua casa.
Em sua mansão, foram apreendidos dois veículos de luxo da marca Porsche — um deles do modelo Cayenne, avaliado em até R$ 1 milhão — além de um Volkswagen T-Cross. Segundo as investigações da PF, Diego recebeu R$ 5,5 milhões em transferências da Florais Transportes, pertencente a Andreson.
Parte deste valor, R$ 3,3 milhões, foram sacados na boca do caixa. A PF suspeita que o valor foi utilizado para compra de decisões judiciais.
Outra pessoa, que seria um advogado, foi presa durante a operação deflagrada em Brasília. Os agentes também cumpriram um mandado de busca e apreensão.
“Os alvos desta ação são investigados que realizaram atos graves de obstrução da Justiça, visando embaraçar a execução das medidas judiciais cumpridas na 5ª fase da operação”, disse a PF. Na terça-feira (13), a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em Mato Grosso, São Paulo e no Distrito Federal, durante a quinta fase da Operação Sisamnes.
O ex-presidente da Ordem dos Advogados de Mato Grosso (OAB-MT), Ussiel Tavares, foi um dos alvos da operação. Em nota, a defesa do ex-presidente informou que desconhece a decisão que embasou o pedido de busca e apreensão e que se coloca à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários.
A decisão incluiu ainda o bloqueio de cerca de R$ 20 milhões em bens e valores, a apreensão de passaportes e a proibição de saída do país por parte dos investigados. A Operação Sisamnes teve início após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, em dezembro de 2023, em Cuiabá.
O caso levou à descoberta de um esquema de venda de decisões judiciais em Mato Grosso, que posteriormente se estendeu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
13/07
Quinta-Feira, 15 de Maio de 2025, 12h31