Com a proposta de consolidar a candidatura do senador Pedro Taques ao governo de Mato Grosso, a cúpula do PDT planeja intensificar as conversas partidárias após o Carnaval e já mira três legendas que são o PR, PP e PTB.
O diálogo com os republicanos já se arrasta nos últimos meses, porém, não tem registrado avanços. Isso porque o PR ocupa cargos de primeiro escalão no governo do Estado e ainda não tem confirmação do senador Blairo Maggi (PR) em ser ou não candidato ao Governo. Atualmente, o PDT integra o Movimento Mato Grosso Muito Mais, composto também pelo PSB-PPS e PV.
“Enquanto o Blairo não tomar nenhuma posição em definitivo, o cenário político vai permanecer engessado. Como tenho a confiança de que não será candidato, estamos confiantes em fortalecer nosso grupo político. Iniciamos uma conversa com o PP, o PR ainda está indefinido e o PTB tem visto nosso projeto político com bons olhos”.
Questionado a respeito de uma aproximação com o PP, antes comandado pelo deputado federal Pedro Henry, adversário político de Pedro Taques, não poderia gerar constrangimento ao senador, o parlamentar afirma que o cenário político é outro.
“O Pedro Henry é hoje um presidiário e não tem mais influência alguma no PP”, afirma. Henry cumpre pena na Polinter de 7 anos e 2 meses em regime semi-aberto por conta da condenação imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão.
O presidente do diretório estadual do PP, deputado Ezequiel Fonseca, confirmou que vai dialogar com o PDT nas próximas semanas. “Após o Carnaval, vamos sentar e conversar a respeito da possibilidade de firmar uma aliança. Tivemos uma conversa preliminar e agora teremos mais detalhes”.
O parlamentar que ensaiou ser oposição ao governo do Estado, observa que a gestão estadual tem enfrentado dificuldades. “Nos setores sociais, o governo vai mal. Precisamos discutir novas alternativas”.
POSIÇÃO DE MAGGI
Nos últimos dias, o senador Blairo Maggi esteve com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Cuba, para discutir projetos econômicos naquele país. Lula e a presidente Dilma Rousseff (PT) são incentivadores da candidatura de Maggi ao Palácio Paiaguás, diante da necessidade de o PT ter um palanque fortalecido em Mato Grosso, um dos Estados mais poderosos em relação ao agronegócio.
Influenciado pelo Palácio do Planalto a concorrer pela terceira vez ao governo de Mato Grosso, Maggi admitiu em conversas informais de que iria avaliar a possibilidade de ingressar neste projeto, mudando assim sua postura antes considerada intransigente de não ser candidato nas eleições de outubro.
Uma confirmação da candidatura de Maggi alteraria todo o jogo político que está sendo formado. Isso porque o juiz federal Julier Sebastião, que articula sua filiação ao PT para concorrer ao governo de Mato Grosso, tenderia a migrar para o PMDB e ser candidato ao Senado, conforme se comenta nos bastidores da política mato-grossense.