Política Quarta-Feira, 21 de Fevereiro de 2018, 00h:18 | Atualizado:

Quarta-Feira, 21 de Fevereiro de 2018, 00h:18 | Atualizado:

Notícia

Pensava que eram números de bandidos', diz juiz que autorizou interceptações em MT

 

LIDIANE MORAES
G1

Compartilhar

WhatsApp Facebook google plus

O juiz da Comarca de Cáceres, a 220 km de Cuiabá, Jorge Alexandre Martins Ferreira, que autorizou as interceptações telefônicas, disse nesta terça-feira (20), em depoimento à 11ª Vara Militar de Cuiabá, que foi induzido a erro pela Polícia Militar. A instituição comandou o esquema de grampos no atual governo e forneceu os números a serem interceptados. Os telefones de jornalistas, políticos que faziam oposição ao governo, empresários, servidores públicos e autoridades foram incluídos indevidamente numa suposta investigação sobre tráfico de drogas que teria o envolvimento de policiais militares.

O magistrado afirmou que pensava se tratar de números telefones de criminosos, já que na lista solicitada para interceptações apareciam outros dados pessoais. Além disso, segundo ele, no "mundo do crime" é comum o celular estar em nome de uma pessoa e ser usado por outra, então o nome e o CPF não fazem muita diferença.

"Pensava que os números eram de bandidos. Não tinha indício nenhum de falsidade, da ilegalidade dos processos, de que havia má fé", afirmou o juiz.

Inicialmente, de acordo com ele, as interceptações foram pedidas pelo Ministério Público Estadual (MPE) para apurar a conduta de policiais, mas depois o magistrado disse ter sido procurado pelo então comandante da Polícia Militar, coronel Zaqueu Barbosa, que foi solto há pouco mais de uma semana depois de passar mais de oito meses preso, para que as escutas continuassem. "Ele disse que as escutas continuariam, mesmo depois de sanadas as necessidades do MP, porque a PM ainda queria investigar os policiais", relatou o magistrado.

No entanto, ele afirmou que Zaqueu Barbosa nunca assinou nenhum documento encaminhado a ele e que os documentos traziam o nome do cabo Gerson Corrêa Júnior, que era lotado na Casa Militar e coordenava a central clandestina usada para grampear as pessoas, de acordo com o interesse dos integrantes do esquema. Gerson é o único dos acusados do esquema que ainda está preso. "O coronel Zaqueu nunca assinou um documento, um relatório. Todos os documentos enviados a mim, seriam supostamente assinados pelo cabo Gerson, digo supostamente porque eu não conheço a assinatura dele, mas estava escrito cabo Gerson", disse.

Na audiência, o advogado do coronel da PM Evandro Lesco, Stalyn Paniago, perguntou ao magistrado se ele não investigou os números, antes de autorizar as interceptações e ele disse que não porque acreditava que os números eram de pessoas envolvidas com crimes. Lesco também ficou um mês preso suspeito de tentar atrapalhar as investigações sobre os grampos.

Também disse que nunca recebeu os áudios resultantes das escutas. O esquema que teve início no estado em 2014 seria operado por um falso Núcleo de Inteligência da Polícia Militar. As investigações resultaram na prisão de ex-secretários estaduais, de um cabo e de coroneis da PM, além do primo do governador, o advogado Paulo Taques.

Segundo consta na denúncia feita por Zaque à PGR, os telefones dos alvos das interceptações clandestinas foram incluídos indevidamente em investigação sobre tráfico de drogas que teria o envolvimento de policiais militares, num esquema conhecido como "barriga de aluguel". O resultado dessa investigação, porém, não foi informado pelo governo até hoje.

No dia 18 de outubro do ano passado, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) remeteu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), todos os inquéritos e depoimentos referentes às interceptações telefônicas ilegais operadas por policiais militares no estado entre os anos de 2014 e 2015. A medida havia sido determinada pelo ministro Mauro Campbell Marques, após indícios de envolvimento do governador Pedro Taques no esquema. Taques nega.





Postar um novo comentário





Comentários (2)

  • said joseph

    Quarta-Feira, 21 de Fevereiro de 2018, 09h18
  • Juiz bisbilhoteiro, assim como Sérgio Moro. Sorte que não foi irresponsável como Moro, que transcreveu as escutas e mandou para Rede Globo divulgá-las.
    0
    0



  • O fim est? perto

    Quarta-Feira, 21 de Fevereiro de 2018, 06h46
  • tenho medo do bicho homem.
    0
    0











Copyright © 2018 Folhamax - Mais que Notícias, Fatos - Telefone: (65) 3028-6068 - Todos os direitos reservados.
Logo Trinix Internet