A Polícia Federal, com o apoio do Denasus, orgão vinculado ao Ministério da Saúde, deflagrou nas primeiras horas de hoje a Operação Curare, visando desarticular uma organização criminosa investigada pelo envolvimento em fraudes nas contratações emergenciais e recebimento de recursos públicos a título “indenizatório”, em ambos os casos sem licitação. A atuação do grupo se concentra na prestação de serviços especializados em saúde no âmbito do município de Cuiabá, especialmente em relação ao gerenciamento de leitos de unidade de terapia intensiva exclusivos para o tratamento de pacientes acometidos pela Covid-19.
Entretanto, as contratações emergenciais e os pagamentos “indenizatórios” abarcam serviços variados como a realização de plantões médicos, disponibilização de profissionais de saúde, sobreaviso de especialidades médicas, comodato de equipamentos de diagnóstico por imagem e transporte de pacientes. As empresas investigadas forneceram orçamentos de suporte em simulacros de procedimentos de compra emergencial, como se fossem concorrentes.
Contudo, a investigação demonstrou a existência de subcontratações entre as pessoas jurídicas, que, em alguns casos, não passam de sociedades empresariais de fachada. Simultaneamente ao agravamento da pandemia provocada pelo vírus Sars-CoV-2, o núcleo empresarial passou a ocupar, cada vez mais, postos chaves nos serviços públicos prestados pela Secretaria Municipal de Saúde e Empresa Cuiabana de Saúde Pública, assumindo a condição de um dos principais fornecedores da Prefeitura de Cuiabá, com pagamentos ao grupo que superam R$ 100 milhões entre os anos de 2019 a 2021.
O modus operandi da cooptação dos serviços de saúde compreende a precarização das contratações públicas, em violação à obrigatoriedade do dever de licitar, com a utilização reiterada do expediente de contratações diretas emergenciais. A aposta na informalidade favoreceu a inovação de formas de pactuação atípicas, tal como os mencionados pagamentos “indenizatórios” e a manutenção de serviços por meses após a vigência dos contratos emergenciais.
OS ALVOS
Ao todo, serão cumpridos 21 mandados de busca e apreensão nas cidades de Cuiabá, Curitiba (PR) e Balneário Camboriú (SC), além de medidas cautelares de suspensão de contratos administrativos e de pagamento “indenizatórios”, bem como de suspensão do exercício de função pública. A secretaria de Saúde foi ocupada por agentes da PF.
A casa do atual secretário, Célio Rodrigues, e e do ex-secretário Luiz Antônio Possas de Carvalho também sofrem busca e apreensão por parte de agentes. Célio teria sido afastado do cargo por decisão da Justiça Federal.
O nome da operação policial, curare, remete a substâncias tóxicas que produzem asfixia pela ação paralisante do sistema respiratório, cuja origem é associada ao conhecimento tradicional indígena.
Na medicina, fármacos curarizantes são empregados em unidades de terapia intensiva, auxiliando o procedimento de intubação.
NOTA DA PREFEITURA
A Prefeitura de Cuiabá informa que:
- O prefeito Emanuel Pinheiro é o principal interessado na elucidação de toda e qualquer investigação e vai acatar as determinações judiciais.
- A gestão preza pela transparência e se coloca a inteira disposição da Justiça
Paraíba
Sexta-Feira, 30 de Julho de 2021, 11h21Pedra 90
Sexta-Feira, 30 de Julho de 2021, 11h11Mariazinha
Sexta-Feira, 30 de Julho de 2021, 11h01souza
Sexta-Feira, 30 de Julho de 2021, 10h30Ângela Maria Machado
Sexta-Feira, 30 de Julho de 2021, 10h26Augusto Cesar da Costa
Sexta-Feira, 30 de Julho de 2021, 09h42Fudencio
Sexta-Feira, 30 de Julho de 2021, 09h18Gabriel
Sexta-Feira, 30 de Julho de 2021, 09h03josi
Sexta-Feira, 30 de Julho de 2021, 08h47Botelho Pinto
Sexta-Feira, 30 de Julho de 2021, 08h28Octávio Augusto Regis de oliveira
Sexta-Feira, 30 de Julho de 2021, 08h12