Presidente estadual do Partido Liberal (PL), Ananias Filho, que é secretário de Governo em Cuiabá, afirmou que vai esperar a conclusão do inquérito policial contra o vereador Thiago Bitencourt Ianhes Barbosa, 40, o Dr. Thiago, preso sábado (31), suspeito de abuso sexual contra menores e armazenamento de pornografia infantil, para ‘analisar a situação’. Ananias, que é tio de consideração de Thiago, disse ao , que “tem muitas informações desencontradas”.
Citou ainda que o vereador de Canarana (823 km ao leste de Cuiabá) tinha muitas brigas com as autoridades do município. “Vamos aguardar o inquérito”, disse. O presidente lembrou ainda que o diretório municipal do PL deve adotar as primeiras medidas.
A reportagem entrou em contato com a médica Claudia Gervazoni, presidente municipal do partido, mas ela estava em atendimento e só vai se manifestar depois. “Caso eles não tomem nem uma ação, nós vamos intervir”, afirmou Ananias.
De acordo com as informações do delegado Flávio Leonardo, inicialmente, a polícia foi nos endereços do vereador para cumprir mandados de busca. Lá, encontraram materiais envolvendo abuso sexual de crianças e adolescentes, que é crime.
Flávio explicou ainda que parte do conteúdo foi gravado pelo próprio suspeito, que recebeu voz de prisão em flagrante no local. A busca foi autorizada após uma denúncia de crimes contra menores. A investigação apontou que ele estava se relacionamento com uma adolescente e que a utilizava como “escrava sexual”. Além disso, a usava como instrumento para abusar sexualmente de uma criança de 2 anos.
Polícia chegou em uma segunda vítima, hoje com 15 anos. Ela contou que sofre abusos do vereador desde que tinha 12 anos. No conteúdo pornográfico apreendido é possível identificar as duas vítimas.
Flávio destacou ainda que há indícios de que o vereador usava sua posição de médico – atuante na saúde municipal – para se aproximar das vítimas, especialmente as que estão em situação de vulnerabilidade. Caso segue sob investigação.
Em 2021, Dr. Thiago foi alvo do Ministério Público Estadual (MPE) por enriquecimento ilícito e dano ao erário. Conforme divulgado pelo MPE, o inquérito civil contra Thiago foi instaurado para apurar irregularidades no exercício da função dele como médico, concursado no município.
A denúncia foi feita pela Prefeitura Municipal com base na cópia da folha de ponto do servidor. “Saltou aos olhos que, em diversas datas, de janeiro a maio/2021, o investigado simplesmente não bateu o ponto na unidade de saúde em que labora, qual seja, o PSF Mutirão. A título de exemplo, nos meses de janeiro e fevereiro/2021, o médico bateu ponto em apenas duas datas, evitando qualquer tipo de controle eficaz de horário. Em outras ocasiões, o ponto eletrônico consignou atrasos e saídas antecipadas superiores a uma hora, além do descumprimento da jornada diária de oito horas”, explicou o MPE na época.
Foi constatado que ele tinha várias faltas injustificadas, além de rotina de atrasos. Conforme apurado pelo MPMT por meio de provas testemunhais, “a negligência do servidor teve início há anos, porém, agora, com a eleição para o cargo de vereador, o descompromisso tomou grande proporção”. Diante dos fatos, o promotor de Justiça Matheus Pavão de Oliveira concluiu que “evidencia-se, pois, a prática de ato de improbidade administrativa, pelo servidor Thiago Bitencourt Ianhes Barbosa, que recebe remuneração integral, apesar da sua contumaz ausência de pontualidade