O presidente da Câmara de Várzea Grande, vereador Waldir Bento (PMDB), recebeu mais de R$ 120 mil neste ano referentes a uma verba de gabinete da presidência.
O valor foi pago ao peemedebista em duas parcelas. A primeira delas, de R$ 40.084,68, foi depositada em 11 de fevereiro. A segunda, de R$ 80.169,36, em 7 de março.
Os pagamentos são retroativos a todos os meses de 2013. O projeto de lei que proporcionou este benefício ao vereador foi aprovado em uma sessão extraordinária, em 19 de dezembro do ano passado.
Segundo o próprio Waldir, durante 2013 a Câmara de Várzea Grande não tinha condições de fazer o pagamento. Neste ano, no entanto, diante de uma situação financeira um pouco melhor, ele resolveu fazer o pedido pelos valores “em atraso”.
Além do benefício por exercer o cargo de presidente da mesa diretora, Waldir Bento ainda recebe, como todos os demais parlamentares, uma verba indenizatória de R$ 9 mil e o salário de pouco mais de R$ 10 mil.
Somando-se todos os valores, o peemedebista recebeu, somente em subsídios referente ao ano passado, quase R$ 348 mil.
Apesar da situação financeira complicada pela qual passa, não apenas o Legislativo, mas a Prefeitura de Várzea Grande, Waldir afirma acreditar que a verba de gabinete aprovada no final de 2013 para a presidência não é imoral. Segundo ele, a prática acontece também na Assembleia Legislativa e na Câmara de Cuiabá.
No portal da transparência do Legislativo estadual, no entanto, não consta o pagamento de verba extra para a manutenção do gabinete da presidência. Já na Câmara de Cuiabá, o pagamento foi questionado pela Justiça.
FINANÇAS
Atualmente o duodécimo da Câmara de Várzea Grande é de R$ 1,023 milhão por mês, recurso insuficiente para arcar com todas as despesas, segundo o próprio Waldir.
Recentemente, o Executivo precisou até intervir fazendo o parcelamento de uma dívida previdenciária do Legislativo para que o município não fosse inscrito no cadastro de inadimplentes e perdesse recursos do governo federal.
Outro problema causado pela falta de verba é o fato de alguns parlamentares não possuírem gabinetes na sede da Câmara. Uma reforma é necessária, mas não há recursos para a obra.
Hoje, parte desses parlamentares usa a verba indenizatória para cobrir os gastos com o aluguel de salas para atenderem a população e executar outros trabalhos da função.
Alguns deles conseguiram acordos para dividir com colegas os gabinetes que existem no prédio da Câmara.