A prisão do servidor da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Djalma Ermenegildo, investigado na Operação Imperador sob acusação de destruição de documentos, foi classificada pelo ex-deputado José Riva (PSD) como "injusta". Para o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), Djalma estaria extraviando e destruindo documentos, supostamente a mando de Riva que é acusado de chefiar um esquema de fraudes em licitações com prejuízo de R$ 62 milhões aos cofres.
O Ministério Público sustenta que foram extraviados documentos interessantes à prova e apontou Djalma como o provável autor dos extravios. Entre os anos de 2005 a 2009, ele era secretário de Administração, Patrimônio e Informática e responsável por validar, ratificar e conferir a entrega dos materiais de consumo e em seguida informar ao setor financeiro para que fosse liberado o pagamento para as empresas. Ele foi preso no dia 21 de julho e aguarda o TJ apreciar um habeas corpus.
Riva rechaça a tese de que Ermenegildo tenha agido sob suas ordens para extraviar qualquer documento. "Uma mentira deslavada. Quem conhece o Djalma sabe que a prisão dele é injusta", disse o ex-deputado sustentando que as provas importantes também para ele e o servidor. "Digo a vocês que essas provas nunca poderiam ser destruídas. É o relatório do material entregue aos deputados. Por que vai destruir? Não tem sentido. É uma mentira. Quem conhece o Djalma sabe que a prisão dele é injusta. O tempo é o principal advogado, o senhor da razão, as coisas vão se esclarecer".
José Riva também evita questionar a conduta da juíza Selma Rosane Santos Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, responsável pelos 2 mandados de prisão preventiva contra ele e também contra Djalma Ermenegildo. "Eu não quero mais fazer comentário sobre o comportamento dela. Toda vez que eu não concordar com o comportamento eu vou às instâncias superiores reclamar, não vou mais falar sobre isso pois vejo que isso é um incômodo. Não cabe a mim discutir isso", destacou.
Afastado - Um dos argumentos da defesa de Ermenegildo no habeas corpus impetrado no TJ é que Djalma desde o dia 2 de fevereiro não ocupa mais qualquer cargo em comissão, bem como se encontra de licença prêmio desde junho de 2015. Diante disso, destaca que a liberdade do paciente não coloca em risco a instrução criminal, consignando que a partir da sua exoneração do cargo de secretário de Administração e Patrimônio não possui mais acesso ao sistema de controle de estoque de materiais, denominado Bhetta. O Ministério Público ingressou com ação na Justiça para afastar Djalma do cargo e no final anular sua efetivação na Assembleia que teria ocorrido sem realização de concurso público.