Política Quinta-Feira, 05 de Junho de 2025, 08h:33 | Atualizado:

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Projetos acabam com taxas de 8% sobre empréstimos em MT

Propostas foram apresentadas pelo deputado Lúdio

Da Redação

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O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) apresentou dois projetos na Assembleia Legislativa para acabar com a taxa de 3% sobre os empréstimos consignados dos servidores públicos estaduais, além de outra taxa de 5% sobre consignados de previdência privada e seguros contratados pelos trabalhadores. Nesta quarta-feira (4), Lúdio destacou que o Governo de Mato Grosso arrecadou R$ 115 milhões com essas taxas sobre os consignados pagos pelos servidores nos últimos cinco anos e gastou os recursos com custeio da máquina pública.

"O governo de Mato Grosso é sócio das empresas contra os servidores e servidoras ao arrecadar 5% sobre previdência privada e seguros, por meio de uma lei complementar, e 3% sobre os empréstimos consignados, em um decreto. Nós queremos acabar com essas duas cobranças. E no caso dos consignados, o que está no decreto de 2016 é ilegal: o Estado não pode instituir essa cobrança por decreto, tanto que a lei trata de previdência privada e seguros", explicou Lúdio.

As taxas cobradas pelo Governo de Mato Grosso alimentam o Fundo de Desenvolvimento do Sistema de Pessoal (Fundesp). A lei complementar nº 221/2005 reestruturou o Fundesp e estipulou a cobrança de 5% sobre os descontos consignados em folha de pagamento por meio de companhias de seguros e de entidades de previdência privada. Depois, com o decreto nº 691/2016, o Estado criou também a cobrança de 3% sobre outros consignados, incluindo empréstimos realizados por cooperativas, instituições financeiras, entidades administradoras de cartão de crédito e entidades administradoras de cartão consignado de benefício.

O Projeto de Lei Complementar (PLC) apresentado por Lúdio revoga o inciso I do artigo 3° da Lei Complementar n° 221, de 25 de outubro de 2005, que trata da cobrança dos 5% para o Fundesp. Já o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) apresentado pelo deputado revoga trechos do artigo 21º do decreto nº 691/2016 que tratam da cobrança tanto dos 5% de previdência e seguradoras, quanto dos 3% de empréstimos consignados.

"Além disso, nós apresentamos um requerimento pedindo o detalhamento das despesas que o Estado realizou com esse fundo. São mais de R$ 100 milhões arrecadados em cinco anos que veio dos servidores públicos e deveria ser voltado aos servidores públicos. E nós identificamos, ainda em 2024 e nos anos anteriores, despesas com conta de luz, tecnologia da informação, móveis, contribuição patronal, e outras que não estão relacionadas ao objetivo do fundo", elencou o deputado.

Lúdio criticou a falta de transparência do governo com os dados do Fundesp, que é vinculado à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag). Em abril de 2024, a Assembleia Legislativa já havia aprovado a convocação do secretário da Seplag feita por Lúdio para tratar dos gastos realizados pelo fundo e outros questionamentos sobre o superendividamento dos servidores públicos ativos, aposentados e dos pensionistas. À época, a audiência não foi realizada sob a justificativa de falta de agenda do secretário Basilio Bezerra.

"Coincidentemente, depois que eu fiz uma convocação do secretário de Planejamento, o Estado modificou a forma como lança essas despesas no Portal Transparência. A despesa não é mais lançada no Fundo – é o Fundesp que repassa para a Seplag e a Seplag utiliza esse recurso no bolo das despesas da secretaria. Então, nós queremos o detalhamento de todas essas despesas porque há um desvio de finalidade aparente na utilização dos recursos desse fundo", reiterou Lúdio.

De acordo com o parlamentar, os indícios colhidos desde que o escândalo dos consignados veio à tona têm reforçado a necessidade de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), já que recomendações feitas por uma CPI anterior, de 2019, foram ignoradas pelo governo. "E olha, sinceramente, nós estamos a cada dia com mais elementos para utilizarmos uma ferramenta pesada que é a Comissão Parlamentar de Inquérito para tratar dessa pauta dos consignados, além das outras ferramentas que já estamos utilizando", indicou.





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Comentários (5)

  • Apolo

    Quinta-Feira, 05 de Junho de 2025, 14h31
  • Pessoal, independente do que aconteceu e do que irá acontecer sobre as suspeitas, precisamos também pensar no que fazer a partir de agora para evitar novas falhas. Digo, se os "bancos" são credenciados, se eles precisam realizar consulta de margem de consignados dos servidores, se na hora de aplicar permissão dos descontes o estado verificar se o mesmo está dentro dos limites legais de consignações para a folha do servidor, não haveria como ocorrer todo este fenômeno. Precisamos repensar as ferramentas de gestão utilizadas e os fluxos de trabalhos adotados.
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  • servidor

    Quinta-Feira, 05 de Junho de 2025, 11h42
  • Esse valor que é cobrado dos bancos eu não quero saber, até porque como colocado só beneficia os bancos que deixaram de pagar pelo serviço prestado pelo estado e não reverte para o servidor, o que eu quero deputado é que desconte somente os 30% que é legal, e o resto seja declarado ilegal como é a legislação, então faça uma lei obrigando o estado a descontar somente os 30%.
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  • J U S T I C A

    Quinta-Feira, 05 de Junho de 2025, 10h25
  • A QUEM RECORER???????MINISTERIO PUBLICO?????? CADA FIA APARECE UMA DENUNCIA??????
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  • Nicholas

    Quinta-Feira, 05 de Junho de 2025, 10h02
  • Se esse deputado fosse atuante e defendesse mesmo os trabalhadores ele pediria para o Hadad isentar do pagamento do imposto de renda os trabalhadores da educação de todo o Brasil. Até porque o imposto de renda está comendo uma boa parte dos salários da categoria, devido a defasagem em mais de 150% da tabela do imposto de renda.
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  • Alex Reinaldo

    Quinta-Feira, 05 de Junho de 2025, 09h04
  • É, parece que começa a aparecer o porquê dos cofres cheios do governo de MT. Servidor com mais de 20% de perda salarial (RGA) e superendividado (com o governo lucrando com isso). Realmente os governos de direita sabem direitinho tungar o bolso dos trabalhadores. Lembrem-se da reforma da previdência do sr. Paulo Guedes e de como ele botou uma granada no bolso do servidor (02 anos sem aumento).Assim é fácil né sr. Mauro Mentes?!?
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