Política Quarta-Feira, 09 de Outubro de 2019, 08h:39 | Atualizado:

Quarta-Feira, 09 de Outubro de 2019, 08h:39 | Atualizado:

PROPINA NA COPA

Riva revela que empresa recebeu R$ 100 mi para desistir de obra da Arena

Empresa, porém, ainda não foi revelada pelo ex-presidente da Assembleia

LÁZARO BORGES
A Gazeta

Compartilhar

WhatsApp Facebook google plus

arenapantanalalexandreschneidergetty.jpg

 

 

Em sua proposta de delação encaminhada ao Ministério Público de Mato Grosso, o ex-deputado José Geraldo Riva dá detalhes de como ocorreram os pagamentos de propina para as obras da Copa do Mundo de 2014. No documento, Riva cita que uma empresa deixou de disputar a licitação da Arena Pantanal e, em troca, recebeu um contrato de R$ 100 milhões. 

Apesar de ter detalhado as informações, o documento obtido pela reportagem tem, no lugar de nome daqueles que virtualmente serão investigados, os caracteres X, para impedir a identificação. No caso da empresa, o ex-deputado conta que foi procurado por outro parlamentar estadual, que disse ter o compromisso com uma construtora, e que precisaria que ela vencesse a licitação na Arena Pantanal. 

Para que o parlamentar fosse atendido, Riva chamou um concorrente da construtora, que também participaria da licitação, e o colocou para conversar com o deputado. Na ocasião, o empresário aceitou que, com a desistência da participação no certame, ele ganhasse uma obra valiosa na Assembleia Legislativa de Mato Grosso ou no Estado. 

“Em que pese o Colaborador desconhecer o acerto realizado entre as partes, teve conhecimento que a empresa recebeu mais de R$100 milhões do governo do Estado”, afirmou o ex-deputado na sua proposta de delação premiada. 

VLT 

A exemplo de Silval Barbosa, que também citou propina na construção do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), Riva conta que o ex-governador organizou uma reunião no Palácio Paiaguás informando que Riva teria participação no esquema da construção. Os pagamentos foram feitos de acordo com as medições. 

“Salientando que não saberia o que iria conseguir na compra dos carros, mas o certo era que teriam uma participação e no momento certo o colaborador seria chamado para participar”, afirma trecho da proposta. Mais tarde, Silval informou o percentual, que não é revelado no documento. 

Em 2014, Silval informou a Riva que ainda não tinha recebido toda a propina e que estava com dificuldades para receber o restante porque o Consórcio responsável estava exigindo documentação. Uma forma que o então governador encontrou foi fazer com que a empresa Multimetal fosse contratada. As obras de estrutura metálica ficavam cerca R$ 10 milhões, mas o consórcio diminuiu o preço. 

O cronograma do VLT, segundo Riva, começa em 2008 quando o ex-deputado passou a defender a troca do modal BRT. Na época, a avaliação era de seria um sistema mais ecológico e mais “viável tecnicamente” em relação ao VLT. 

Antes mesmo de uma viagem para Portugal, para “apresentar” o modal ao governador, foi realizada uma reunião na cidade de São Paulo em que Barbosa disse ter meios de obter fundos para a linha de crédito para a construção, uma vez que o financiamento já havia sido aprovado na ALMT. A grande discussão, a partir daí, seria de como alterar o objeto do financiamento ainda em tramitação. Para isso, Barbosa contou com o apoio de parlamentares com trânsito em Brasília. 

“Já no Brasil, o colaborador voltou a falar com Silval Barbosa e notou a preocupação dele com os próximos passos, especialmente conseguir junto ao governo federal a mudança do modal BRT para VLT, já que havia processo adiantado de financiamento do primeiro, mas anunciou que faria plantão em Brasília para isso. Passados alguns dias, Silval Barbosa entrou em contato de Brasília dizendo que conseguiu a mudança do BRT para VLT”, diz o documento.

 





Postar um novo comentário





Comentários (7)

  • Espectador

    Quarta-Feira, 09 de Outubro de 2019, 14h55
  • Acho estranho esses documentos de delação vazarem, tem Adv que saiu do processo e agora da pra confiar nos Adv. E o MP não teria cópias também , a quem interessa estes vazamentos .
    1
    0



  • jos?

    Quarta-Feira, 09 de Outubro de 2019, 14h54
  • essa manga não deve ser chupada e sim engolida com caroço e tudo . Depois procurem um médico para uma cirurgia básica no escape para retirar o caroço.kkkkkk
    1
    0



  • O atalaia

    Quarta-Feira, 09 de Outubro de 2019, 11h03
  • Esses desmandos com.uso do dinheiro público, se empregado utilmente poderia ter salvado vidas, melhirado a educação e dado mais segurança aos cidadãos deste estado, onde a violência campeia, nas cidades e no campo. Essa farra proporcionada pelos nossos representantes no parlamento ainda vai ter seus efeitos prolongados repercutindo no RGA dos servidores do executivo e na qualidade de vida dos mato-grossenses.....
    1
    0



  • Felipe Almeida

    Quarta-Feira, 09 de Outubro de 2019, 10h55
  • o pior de tudo é que ninguém vai preso nesse país, se vai preso já vem as hc deferida pelo nosso ministro do Supremo Mato-grossense, só Deus na causa mesmo!
    4
    0



  • Brazil

    Quarta-Feira, 09 de Outubro de 2019, 09h59
  • O q mais precisa MPE para afastar e prender O PREFEITO DE CUIABA ,VULGO PALETÓ,pois além das imagens ,agora tem a delação do Riva
    4
    0



  • Jos?

    Quarta-Feira, 09 de Outubro de 2019, 09h54
  • Onde estava o órgão fiscalizador chamado de TCE que não viu esta roubalheira?
    4
    0



  • Luciano

    Quarta-Feira, 09 de Outubro de 2019, 09h36
  • Quando a Copa foi para Cuiaba os cuiabanos gritaram “Chupa essa manga Campo Grande”, agora os campo-grandenses estão falando... Chupa essa manga Cuiaba!!!
    3
    0











Copyright © 2018 Folhamax - Mais que Notícias, Fatos - Telefone: (65) 3028-6068 - Todos os direitos reservados.
Logo Trinix Internet