A presidente da Comissão de Saúde, vereadora Michelly Alencar (União Brasil), informou que, nas próximas semanas, as secretárias Lúcia Helena Barbosa (Saúde), Hadassah Suzannah (Mulher) e Hélida Vivela (Assistência Social) serão convidadas para prestar esclarecimentos à comissão sobre o fechamento das salas de acolhimento a vítimas de violência doméstica. Os atendimentos foram centralizados apenas no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC).
Conforme a vereadora, nem mesmo o Legislativo tinha ciência do fechamento das salas e foram pegos de surpresa. Michelly adiantou que a Prefeitura de Cuiabá tinha a ideia de fazer uma reforma nas salas, mas não havia dito o prazo, muito menos que concentraria todo o espaço apenas em uma unidade hospitalar.
“Confesso que fui pega de surpresa, porque eu não sabia que iria fechar as duas ao mesmo tempo. O prefeito já tinha anunciado que ele ia reorganizar essas salas, que iria reestruturar para que a gente oferecesse de fato um serviço de qualidade. Então a gente quer entender qual é esse planejamento e por quanto tempo isso vai ficar”, pontuou.
Michelly revelou ainda que Lúcia Helena gostaria de transferir a parte do atendimento psicológico presentes nas unidades de acolhimento para Unidades Básicas de Saúde (UBS), o que é menos adequado em sua visão.
“Eu ouvi dizer que a secretária estava pensando em encaminhar esse acompanhamento psicológico para as unidades básicas de saúde para que essas mulheres façam o acompanhamento. Se esse acompanhamento for passado, a gente vai precisar melhorar a estrutura das unidades básicas de saúde que já não estão conseguindo atender à demanda atual”, emenda.
Por fim, a vereadora acredita que a medida, que representa retrocesso, é fruto de uma má comunicação. “Quero entender se foi uma falta de comunicação, se essa informação não chegou adequada para todo mundo ou o que aconteceu. Eu imagino que a gestão não queira tratar essa realidade tão dura, cruel, com uma medida que para mim é um retrocesso”, finaliza.
Nesta semana, o Ministério Público do Estado (MPE) anunciou que apuraria a denúncia sobre a falta de equipes técnicas para prestar apoio às vítimas de violência dentro do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC).
Conforme divulgado pelo órgão, o procedimento foi instaurado após notícias recentes sobre o fechamento de duas unidades de acolhimento às mulheres vítimas de violência no município de Cuiabá, concentrando o atendimento apenas no HMC. Somente em 2024, foram registradas 11.653 (onze mil seiscentas e cinquenta e três) ocorrências envolvendo violência doméstica e familiar contra a mulher na capital, um dado alarmante, requerendo políticas públicas urgentes para as vítimas.