Sem mandato, irmãos Campos serão processados na Justiça de MT

 

Antes considerados políticos influentes em Mato Grosso, os irmãos Jayme Campos e Júlio Campos, ambos filiados ao DEM, viverão a partir deste mês um episódio considerado inédito após longos mandatos eletivos. Ambos terão seus processos criminais encaminhados para a primeira instância e poderão ser julgados pelos juízes de primeiro grau. Sem mandato, ambos perdem o foro privilegiado.

Ex-prefeito de Várzea Grande, ex-governador e com o cargo de senador da República entregue no dia 1º de fevereiro, Jayme Campos é réu em uma ação de peculato e violação da lei de licitações, por problemas constatados em um convênio da Secretaria de Estado de Saúde, no período em que governou Mato Grosso no período de 1991 a 1994. Há ainda três inquéritos em andamento no STF, referentes aos crimes da lei de licitações, crime de responsabilidade e envolvendo o Sistema Nacional de Armas. 

Por outro lado, Júlio Campos, que abandonou a vida pública após encerrar no domingo (1º) o mandato de deputado federal, é investigado no STF pela acusação de homicídio qualificado. Ele é acusado de mandar matar duas pessoas em 2004 para se apropriar de terras em Mato Grosso que seriam ricas em diamante e outras pedras preciosas. 

Segundo as investigações, o empresário Antônio Ribeiro Filho e o geólogo húngaro Nicolau Ladislau Ervin Haraly foram assassinados em São Paulo por causa de uma disputa por terras em Mato Grosso. O inquérito 3162 foi relatado nos últimos anos pelo ministro Marco Aurélio Mello. O democrata nega todas as acusações.