O senador Jayme Campos (União Brasil) torce para que haja entendimento dentro do partido em relação às pré-candidaturas dos correligionários Eduardo Botelho, que é presidente da Assembleia Legislativa, e Fábio Garcia, atual secretário-chefe da Casa Civil, à Prefeitura de Cuiabá em 20224. Na avaliação de Campos, o embate contínuo pode custar a eleição ao União Brasil, presidido pelo governador Mauro Mendes, que defende a canditura de Garcia.

“Eu sou partidário eu torço para que tanto Botelho quanto Fabio se acertem e busquem um caminho só. Caso contrário, nós temos na possibilidade de até perder as eleições em Cuiabá. Política é a arte do entendimento, da negociação. Antecipou-se o processo político em Mato Grosso de uma maneira geral, sobretudo em Cuiabá. A eleição está na rua há mais de um ano”, pontuou Jayme Campos, em entrevista à Rádio CBN, nesta sexta-feira (29).

Campos avalia que o acordo de apoio firmado, em 2022, entre o governador Mauro Mendes e Garcia, não impede que Botelho seja o escolhido para encabeçar a chapa majoritária do grupo.

“Já está muito clara a posição do governador Mauro Mendes. Ele tem preferência pelo Fábio Garcia, ele já disse. Todavia, nada impede do Botelho ser candidato. Eu particularmente insisti reiteradas vezes que nós possamos chegar num ponto que seja bom para ambas as partes. O Botelho é meu amigo, meu irmão e o Fábio foi meu suplente e é meu amigo e espero que o governador tenha habilidade para buscar uma composição para Botelho e Fabinho. Caso contrário, corremos risco de perder a eleição por falta de diálogo e falta de articulação política. Os dois são bons nomes, mas o Botelho está bem mais na frente”, opinou o congressista.

Para o senador, a briga entre os correligionários gera desgastes dentro do partido. Contudo, Jayme acredita que a cúpula tem capacidade de fazer um acordo que seja benéfico para ambas as partes. “Essa briga não é boa. Isso vai causando um estresse e daqui a pouco fica até difícil sentar na mesa e conversar. Mas, temos que aguardar, temos condições de negociar e fechar um bom acordo para termos uma candidatura forte e robusta para vencermos as eleições no ano que vem”, disse.

CONSELHO A ABÍLIO

O congressista também avaliou a conduta de outro pretenso candidato à Prefeitura de Cuiabá: o deputado federal Abílio Brunini (PL), mais conhecido por colecionar polêmicas do que pelo trabalho realizado na Câmara Federal. Na última terça-feira (26), o parlamentar chegou a ser expulso da CPMI no Congresso Nacional que investiga os ataques golpistas de 8 de janeiro.

“Particularmente não gosto desse jeito. Sou do debate, do entendimento, pode ter questões que posso até divergir, mas tem que ser de forma respeitosa e não de forma jocosa. Como bem disse o presidente Arthur Maia, o Abílio vai lá para transformar a CPMI em um picadeiro, isso é muito ruim para imagem de Mato Grosso. O Abílio é um bom moço, bem intencionado, mas os amigos deles, seus correligionários têm que fazer uma reflexão e orientá-lo sobre o melhor caminho”, aconselhou.

Por fim, Jayme Campos pediu para que Brunini faça um “exame de consciência” e repense suas atitudes, pois caso contrário, na avaliação do senador, o parlamentar não conseguirá ter nenhum de seus projetos aprovados devido aos alvoroços que protagoniza. “A recomendação que faço para o Abílio é que ele repense suas ações na CPMI. Ele precisa tratar melhor os colegas e fazer seus protestos de forma mais respeitosa porque se você é mal quisto ali [na Câmara dos Deputados], nem seus projetos você consegue aprovar”, concluiu.