A senadora Selma Arruda (Podemos-MT) contratou um dos advogados eleitorais mais “badalados” do mercado para defendê-la nos processos de cassação que tramitam no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Trata-se do ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Gilson Langaro Dipp. Ele também é ex-ministro do TSE justamente numa das duas vagas destinadas a membros do STJ.
Segundo informações, o advogado Gustavo Bonini Guedes, que representava Selma Arruda, substabeleceu poderes para outros 7 advogados e um estagiário auxiliarem a defesa da senadora de MT, cassada em abril de 2019 no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) pela suposta prática de “Caixa 2” e abuso de poder econômico.
A defesa da senadora alega que o processo que resultou em sua cassação no TRE lhe prejudicou em relação a instrução, fase de produção de provas da ação. “De um lado, houve o deferimento – data vênia, indevido e açodado – de medida extrema referente à quebra de sigilo bancário dos Requeridos, sem que houvesse justificativa legal para tanto, sem que se conferisse o prazo solicitado pelos Requeridos para sua apresentação; por outro, indeferiu provas tempestivamente pleiteadas pelos Requeridos – testemunhal e pericial - para, ao final, determinar a cassação dos Requeridos, afirmando-se que os mesmos não conseguiram comprovar a licitude das condutas, o que demonstra o evidente cerceamento de defesa”.
Gilson Langaro Dipp se aponsentou da magistratura em 2014 e ocupou por dois anos a vaga no TSE – entre 2010 e 2012.
Em Mato Grosso, Dipp já defendeu o ex-CEO da EIG Mercados, Valter Kobori, preso na operação “Bereré” acusado de participar de um esquema que desviou R$ 30 milhões no Detran de Mato Grosso. Foi o responsável por assinar o habeas corpus do executivo junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), que soltou Kobori em julho de 2018.
CASSAÇÃO
Selma Arruda foi cassada por 7 votos a 0 em julgamento do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT) no dia 10 de abril deste ano. Ela responde a uma representação que apontou um gasto irregular de R$ 1,2 milhão em sua campanha vitoriosa ao Senado em 2018. Os recursos não foram declarados, e teriam sido utilizados em período proibido pela Justiça Eleitoral – o que configura a prática de “Caixa 2”, além de abuso de poder econômico. O órgão também já reprovou as contas da parlamentar.
A senadora disputou pela primeira vez uma eleição em 2018 após se aposentar como juíza do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) em março do ano passado. Ela obteve 678.542 votos.
joaoderondonopolis
Sábado, 09 de Novembro de 2019, 14h36Jos? Carlos
Sábado, 09 de Novembro de 2019, 11h09