Mauro Ferreira Filho, servidor do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) acusado de inserir dados falsos em planilhas judiciais para viabilizar fraudes milionárias, completou seis dias foragido. Ele não se apresentou à polícia e permanece em completo silêncio.
A Polícia Civil continua em rondas em busca do suspeito, que participou do esquema que causou um rombo de mais de R$ 21 milhões na Justiça de Mato Grosso. Mauro atuava no setor financeiro do TJ e é acusado de alimentar com informações fraudulentas os documentos internos que serviam de base para liberação de alvarás em ações judiciais forjadas.
Durante o cumprimento de mandado de busca em sua residência, a polícia apreendeu 24 relógios de grife, dois passaportes em nome dele, joias, notebook, pendrive, tablet e um cofre fechado. A filha do servidor estava no local e afirmou desconhecer o paradeiro do pai.
A Polícia Civil segue em busca do investigado, mas, com a federalização da apuração, está impedida de tomar depoimentos. A investigação foi remetida à Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ), sob relatoria do ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, responsável por conduzir todos os atos relacionados ao caso —inclusive os pedidos de soltura.
Com isso, todos os habeas corpus apresentados pelas defesas dos presos na Operação Sepulcro Caiado, incluindo o dos advogados Rodrigo Moreira Marinho, Denise Alonso e Régis Poderoso de Souza passaram a tramitar no STJ. O caso de Marinho chegou a ser distribuído à desembargadora Juanita Cruz da Silva Clait Duarte, mas ela solicitou informações à Presidência do TJ sobre o deslocamento da competência, na prática reconhecendo que não pode mais decidir sobre o pedido.
Na segunda-feira (5), os advogados João Gustavo Ricci Volpato, Glenda Alves Corrêa Lima Verde e Pedro Henrique Ferreira Marques também ingressaram com habeas corpus no STJ, pedindo a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares. Volpato é apontado como líder do núcleo central da organização criminosa, criador das ações fictícias e sócio das empresas que ajuizavam os processos fraudulentos.
Ao todo, sete advogados foram presos na operação, deflagrada no último dia 30. No total foram cumpridos 11 mandados de prisão preventiva, 22 de busca e apreensão, 46 quebras de sigilo bancário e fiscal, além do sequestro de 18 veículos e 48 imóveis.
Maria José
Terça-Feira, 05 de Agosto de 2025, 10h1113/07
Terça-Feira, 05 de Agosto de 2025, 09h22Anthony Brito
Terça-Feira, 05 de Agosto de 2025, 07h52