Mesmo com o anúncio da desistência do Governo do Estado em terceirizar a rodovia MT-251, no trecho entre Cuiabá e Campo Verde, passando por Chapada dos Guimarães, os servidores da Assembleia Legislativa realizaram panfletagem no trevo do bairro Jardim Vitória neste sábado (15) para sensibilizar a população contra a cobrança de pedágio nas rodovias turísticas denominadas ‘Estradas Parque’ em Mato Grosso.

A intenção do movimento é buscar apoio para a apreciação do Projeto de Lei nº 04/2014, em tramitação na Casa de Leis, que veda a criação do sistema de pedágio ou qualquer tipo de cobrança pelo tráfego e uso das rodovias denominadas ‘Estrada Parque’ e estradas turísticas no Estado.

“O governador Silval Barbosa (PMDB) disse na sexta-feira (14) que desistiu da ideia para evitar uso político da terceirização na campanha eleitoral. Portanto, após as eleições o próprio chefe do executivo ou o próximo governador podem retomar a intenção de cobrar pedágio nas rodovias turísticas. Então, esse movimento visa a aprovação do projeto para impedir a terceirização”, afirmou um dos idealizadores do movimento, o assessor especial da Assembleia Legislativa, Xisto Bueno.

O agricultor Felipe de Oliveira mora em uma chácara na rodovia MT-251 e é totalmente contra a cobrança do pedágio. “Sem dúvida, sou favorável a esse movimento. Praticamente todos os dias, preciso ir a Cuiabá e teria que pagar diariamente o pedágio. A nossa condição financeira já é pequena, lutamos muito para adquirir alguma coisa, como vamos sobreviver ainda tendo mais essa tarifa?”, questiona.

A aprovação do projeto na Assembleia Legislativa é defendida pelo jornalista Marco Antônio. “Apoio a proposta que tramita no Poder Legislativo e acredito que a população mato-grossense precisa abraçar essa causa. Seria um absurdo cobrar pedágio em uma região genuinamente turística, aonde as pessoas vão para se divertir e o custo operacional já é caro”, justifica.

Apesar do anúncio do governador, o aposentado Esmael Fernandes defende que o projeto precisa ser aprovado no Poder Legislativo para garantir que a cobrança de pedágio realmente não seja implementada na rodovia. “Sou favorável a aprovação desse projeto, pois não temos estradas de qualidade, a ida de muita gente para Chapada dos Guimarães é frequente. Tenho uma chácara no km 6 e preciso trafegar na rodovia três vezes na semana. Imagine quanto eu pagaria por mês em caso de implantação do pedágio? Não podemos aceitar, vamos lutar”, cobrou.

CHAPADA SEM PEDÁGIO - Na quinta-feira (14) foi criada uma página na rede social Facebook denominada “Chapada Sem Pedágio – Lute agora ou pague para sempre”, que já conta com mais de 700 seguidores. A ação conta com a distribuição de panfletos, adesivos e praguinhas para buscar novos apoiadores.

Em caso de implantação do pedágio na rodovia que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães, o cidadão que precisa trafegar em dias úteis, ida e volta, terá um custo de R$ 24,60. Durante a semana em dias úteis R$ 123. Nos finais de semana, o preço do pedágio sofre acréscimo, custando no sábado ou no domingo, ida e volta R$ 34,60. O custo mensal de segunda a sexta, sem contar os finais de semana, seria de R$ 492, um ônus significativo para quem mora nas localidades do entorno ou na cidade de Chapada.

ESTRADAS-PARQUE - O projeto de lei é de autoria do deputado José Riva (PSD) que acrescenta dispositivos à Lei nº 6.142, de 17 de dezembro de 1992, de autoria do ex-deputado Paulo Moura, que disciplinou a criação de estradas parque no estado.

Segundo a proposta do deputado Riva, à legislação existente será acrescentado o Artigo 5º-A, estabelecendo que fica vedada a criação do sistema de pedágio ou qualquer tipo de cobrança pelo tráfego e uso das rodovias denominadas “Estradas Parque” no Estado de Mato Grosso e estendendo a proibição, no parágrafo único do artigo, às rodovias denominadas "Rodovias Turísticas".