O ex-governador Silval Barbosa (sem partido) disse que não está preocupado que suas declarações possam refletir nas eleições deste ano, porém, espera que o novo governador que for eleito nas eleições de outubro deste ano não cometa os mesmos ilícitos que ele próprio, enquanto esteve no comando do Poder Executivo.
Silval foi condenado em um dos processos em que era réu por crimes de corrupção cometidos enquanto era governador de Mato Grosso, a 13 anos de prisão por envolvimento em organização criminosa, concussão e lavagem de dinheiro.
De acordo com o ex-governador, as declarações prestadas em sua delação premiada não são “calúnias” e não vão afetar quem não tenha participação nos atos de corrupção cometidos por ele. Na delação, nomes de dezenas de políticos detentores de mandato e pretensos candidatos à reeleição são citados. Entre os citados estão o ministro Blairo Maggi (PP), o governador Pedro Taques (PSDB), o deputado federal Ezequiel Fonseca (PP), deputados estaduais Jota Barreto (PR), Romoaldo Júnior (PMDB) e Oscar Bezerra (PSB).
Além deles, foram citados o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), a prefeita de Juara, Luciane Bezerra (PSB), o ex-deputado Alexandre César (PT), o ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), e os ex-secretários Eder Morais e Maurício Guimarães. “Estou preocupado, neste momento, em colaborar com a Justiça e relatar todos os fatos. Não quero fazer calúnia de ninguém. Cada um assume a responsabilidade daquilo que foi praticado de irregular. Se vai refletir na eleição, não estou preocupado”, afirmou.
Ainda segundo Silval, a preocupação é a população do Estado e com um novo governador que será eleito em outubro. “Eu estou preocupado com Mato Grosso, com a população, que tenha um gestor que não cometa ilícito como eu cometi com mais outras pessoas, infelizmente”, disse.
Silval reforçou que, em decorrência do acordo de delação premiada, não participará do processo eleitoral, uma vez que não poderá se candidatar a cargos públicos novamente. Inclusive o ex-governador pediu a desfiliação do PMDB, em novembro passado. “Eu já entreguei a minha desfiliação. Não participo de nada, por força do acordo também. Não vou concorrer a nada. Mas o que eu puder contribuir com a Justiça, eu vou estar à disposição”, encerrou.
Sirlei Mariano
Quarta-Feira, 17 de Janeiro de 2018, 22h15