O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, acolheu um pedido de liminar do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT) e suspendeu o acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU), que travou a licitação do BRT (Ônibus de Trânsito Rápido, em tradução livre). A decisão é desta quinta-feira, 25.
“Presente também o requisito do periculum in mora, ante ao evidente prejuízo da população local com a suspensão da licitação que trata especificamente de transporte público e mobilidade urbana. Ante o exposto, em juízo de delibação mínima, defiro o pedido de liminar, para suspender os efeitos do Acórdão n. 1003/2022 (Plenário, TCU), que determinou a suspensão da licitação promovida pelo Estado do Mato Grosso”, determinou o ministro.
Ao ingressar com o pedido, o TCE afirmou que o TCU estava usurpando suas funções, uma vez que não há mais recursos federais envolvendo a questão do modal, portanto, improcedente a atuação da Corte de Contas da União.
O Tribunal mato-grossense citou que o Estado já obteve autorização por meio de lei para contratar crédito para implantação do BRT e já conseguiu aprovação do Conselho Deliberativo Metropolitano do Vale do Rio Cuiabá (Codem).
Este pode ser apenas mais um capítulo da novela que se tornou a modernização do transporte coletivo da Grande Cuiabá. A ‘revolução’ foi apresentada à população para a Copa do Mundo 2014, à qual a capital foi uma das sedes.
Primeiramente, o Estado havia definido por implantar o BRT. Posteriormente, ele foi substituído pelo Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Contudo, chegando a Copa do Mundo, o modal não estava concluído.
Com tudo parado, foi revelado também que o modal foi usado para esquemas de corrupção envolvendo políticos e empresários.
Nos últimos oito anos, a população assistiu seu dinheiro sendo desperdiçado, com vagões parados, armazenados, e as principais avenidas de Cuiabá e Várzea Grande com feridas abertas, causando acidentes e mortes.
O modal tem sido objeto de promessa de candidatos a cada eleição, sem nunca ser solucionado. Em dezembro de 2021, o governador Mauro Mendes (União Brasil) convocou a imprensa para comunicar que substituiria o VLT pelo BRT, ajuizando o caso para exigir ressarcimento da empresa que não concluiu as obras pelo prejuízo sofrido e venda dos vagões.
Adversário político de Mauro, o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), gestor da capital, se movimentou para travar a licitação estadual. Ele ingressou com pedido de liminar nos dois Tribunais de Conta, o do Estado (TCE) e o da União (TCU), obtendo decisão favorável no segundo.
Desde que o TCU travou a licitação, o governador vem pontuando que a Corte foi induzida a erro, já que não há recursos da União do modal.
Nilson Ribeiro
Sábado, 27 de Agosto de 2022, 11h30Cuiabano
Sábado, 27 de Agosto de 2022, 08h42Raimundo
Sábado, 27 de Agosto de 2022, 07h40Nilson Ribeiro
Sábado, 27 de Agosto de 2022, 05h44Helder Santos
Sexta-Feira, 26 de Agosto de 2022, 21h01