O pleno do Tribunal de Justiça decidiu na noite de hoje instalar um Procedimento Administrativo Disciplinar para investigar a conduta do juiz lotado atualmente na comarcada de Tangará da Serra, André Luciano Costa Gahyva. A votação para analisar a conduta do magistrado foi unânime entre os 27 desembargadores presentes no plenário.
Ele foi denunciado por um suposto favorecimento ao candidato a prefeitura de Lucas do Rio Verde, Rogério Ferrarin (PMDB), no ano de 2012. A época, foram distribuídas a imprensa gravações clandestinas de uma suposta conversa entre o magistrado e o político dentro de um carro na cidade. O diálogo conta basicamente uma conversa entre os dois para prejudicar através de decisões judiciais o candidato Otaviano Pivetta (PDT), que acabou sendo vitorioso nas urnas. Logo após o incidente, o magistrado solicitou saída da comarca eleitoral e também pediu ao Tribunal Regional Eleitoral a abertura de uma investigação.
O relator do processo, desembargador Sebastião Moraes, mudou posição em relação abertura do PAD. No entanto, hoje, ele mudou de ideia considerando que existem "indícios suficientes porque não é lógico um juiz eleitoral sair para conversar num lugar estranho com candidato em pleno período eleitoral e isto tem que ser esclarecido".
O advogado de André Ghayva, Huendel Rolim, apontou que dados da Polícia Técnica apontaram que a suposta gravação foi editada e clandestina. "Os laudos não apontam nenhuma segurança ao áudio e não podemos permitir que a Justiça seja usada por políticos querendo tirar proveito de situações em época eleitoral como estamos vendo nesta própria eleição em Mato Grosso", comparou.
O relator do PAD de André Gayhva será o desembargador Pedro Sakamato. Agora, serão ouvidas as testemunhas envolvidas no episódio.
ARQUIVADO
Também na sessão de hoje, foi arquivado um pedido de abertura de PAD por desvio de conduta contra a juíza Eunice Jaqueline Chirulli. Ela atua na comarca de Rondonópolis.
Chacal
Sexta-Feira, 19 de Dezembro de 2014, 07h52