Vereador defende escolas militares e detona petistas por ação no TJ: "aberração"

 

O vereador Adevair Cabral (Solidariedade) usou a tribuna da Câmara de Cuiabá para enaltecer o modelo de escolas cívico-militares em Mato Grosso na sessão desta quinta-feira (6). Professor da rede estadual por 12 anos, ele elogiou a melhoria do ensino no Estado, e disparou críticas aos deputados Lúdio Cabral e Valdir Barranco (ambos PT ), que entraram na Justiça para proibir a criação dessas escolas.

Conforme dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2023, Mato Grosso saltou da 22ª para a 8ª posição no ranking nacional de educação. Adevair Cabral classificou como "aberração" e "inaceitável" a ação dos dois deputados, que questionam a eficácia e a legitimidade das escolas cívico-militares. Ele ainda parabenizou o vice-governador Otaviano Piveta (Republicanos) e o governador Mauro Mendes (UB) pelos avanços na educação, destacando que “muitos alunos estão migrando de escolas particulares para as estaduais”.

“Eu fui professor 12 anos pelo estado de Mato Grosso e eu tenho certeza absoluta que atualmente o ensino é muito melhor do que era antes, muito melhor, melhorou muito, e agora dois deputados, um chamado Lúdio Cabral e outro Barranco, dizem que entraram na Justiça para fazer um projeto proibindo o estado criar as escolas cívico-militar. É uma aberração, uma situação dessa é inaceitável, é inaceitável”, disparou. 

Curiosamente, o mesmo Adevair que desdenha dos deputados Lúdio e Barranco por questionarem as escolas cívico-militares, decidiu apoiar Lúdio Cabral no segundo turno das eleições municipais de 2024 em Cuiabá, contra o então deputado federal Abilio Brunini (PL). Com a derrota, Adevair se tornou oposição ao bolsonarista no Parlamento Municipal. 

No entanto, a defesa do modelo cívico-militar não é consenso. O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) tem sido um dos principais críticos dessa proposta. Para o sindicato, o modelo militarizado representa um retrocesso, pois prioriza a disciplina em detrimento da formação crítica e cidadã dos estudantes.

Além disso, o sindicato denuncia que as escolas cívico-militares não possuem comprovação de eficácia acadêmica superior em relação às escolas regulares, servindo mais como um projeto ideológico do que educacionais.