O vereador Coronel Dias (Cidadania) criticou, nesta terça-feira (24), a atuação do governo federal no combate ao crime organizado. Ele defendeu a classificação de facções brasileiras como grupos terroristas e citou o que chamou de "perseguição" contra as polícias.
Dias, que é ex-tenente-coronel da Polícia Militar (PM), acha que o governo Lula deveria ter aceitado a solicitação do governo dos Estados Unidos de enquadrar facções criminosas como organizações terroristas.
"A ideia de colocar as facções como terroristas é para que direitos fundamentais deles sejam enxergados de forma diferente. O combate ao crime organizado no Brasil está equivocado, porque a gente olha para o crime como fato isolado. É preciso uma nova política legislativa para combater o crime", afirmou.
No último mês de maio, a Câmara dos Deputados aprovou a urgência do Projeto de Lei (PL) 1.283/2025, que amplia o conceito de terrorismo para incluir atividades de facções e milícias criminosas organizadas.
Sem dar muitas explicações, o vereador ainda afirmou que o governo federal "deixou de combater as facções" e passou a fazer "perseguição política".
"Hoje nós vemos o aparato estatal contra o próprio Estado. Nós vemos aqui uma perseguição para as polícias e nós vemos princípios e ideias dentro do âmbito jurídico que favorecem os criminosos", disse.
Ele ainda citou o caso do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, que, em 2023, entrou na favela Nova Holanda, no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, sem segurança, quando à época era ministro da Justiça de Lula, algo que, segundo Dias, "ninguém faz".
Eventos fechados em Cuiabá
O comentário do vereador aconteceu após dois eventos - um baile funk e um futebol beneficente - terem sido interrompidos em Cuiabá, no último fim de semana, pela PM e pela Secretaria Municipal de Ordem Pública. Em ambos eventos foram identificados suspeitos de envolvimento com o crime organizado.
Um dos casos ocorreu no bairro Novo Horizonte, onde seria disputada uma partida de futebol para arrecadar alimentos para 80 famílias. Após críticas nas redes sociais de influenciadores ligados à organização do evento, o prefeito Abilio Brunini (PL) se defendeu e chegou a comparar a prática com as promovidas pelo narcotraficante colombiano Pablo Escobar.
"Falar de campeonato hoje na periferia, que eu estou lá, sem a participação da segurança pública, é entregar de mãos beijadas as fragilidades da comunidade para as facções", argumentou o Coronel Dias, indo de encontro com a opinião do prefeito da capital mato-grossense.
Senadinho cuiabano
Quarta-Feira, 25 de Junho de 2025, 15h37