Vereador por Cuiabá, Rafael Ranalli (PL) admite que o ato de 16 de março em prol da anistia aos presos e condenados do 8 de janeiro não atingiu a expectativa de público, mas defende que o bolsonarismo não perdeu força. Para o político, o número aquém do esperado se justifica pelo temor de eventuais “prisões”.
“Eu sou um apoiador aqui em Cuiabá, fiz um adesivaço da anistia. [...] Muitas pessoas mandavam no meu WhatsApp: 'ah, Ranali, acho que eu não vou porque eu tenho medo de ser preso'. Isso teve sim. Só que isso aí já é uma guerra de narrativa. Foi bom, a PM do Rio de Janeiro falou que tinha 400 mil pessoas, a USP e a esquerda falam que tinha 18 mil. Mas 18 não tinha, talvez não tivesse as 400, mas o objetivo foi atingido. É menos que 1 milhão e meio que Bolsonaro queria. Mas 18.000 pessoas não tinha", argumentou.
Questionado se o bolsonarismo tem perdido força no estado de Mato Grosso, o parlamentar acredita que não e citou como exemplo o apoio do governador Mauro Mendes a manifestação, que, embora tenha dito que não participaria de nenhum ato contra um presidente eleito democraticamente, marcou presença na concentração em Copacabana junto da esposa. Demais parlamentares mato-grossenses também participaram do ato que, além da anistia, pedia o afastamento do presidente Lula (PT)
"Não, eu não acho. Tanto é que o nosso governador foi até lá com a primeira dama. Se o bolsonarismo tivesse perdendo força, o governador do Estado, que é um dos melhores governadores por pesquisas, pelo superavit do governo estadual, não estaria lá. Eu sou representante do Bolsonaro em Cuiabá, eu entreguei 6 mil adesivos na Praça do Choppão, no sábado e domingo, com chuva. Então, se está perdendo força, eu não acredito", justificou.
Ato de 16 de março
Organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) o ato de 16 de março em Copacabana (RJ) mobilizou milhares de bolsonaristas por todo Brasil. A intenção do protesto foi de gerar um clamor em prol da anistia total para os presos e condenados pela invasão da sede dos Poderes em Brasília e ainda pedir o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Estiveram no Rio de Janeiro parlamentares do Partido Liberal, de Bolsonaro, e ainda outras lideranças alinhadas a direita em Mato Grosso como o governador Mauro Mendes (União Brasil); a primeira dama do Estado, Virginia Mendes; o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL); o presidente estadual do PL, Ananias Filho; o empresário Odilio Balbinoti; o senador Wellington Fagundes (PL); o senador José Medeiros (PL); o deputado estadual Xuxu Dal Molin (União Brasil), entre outros.
Parlamentares que não compareceram como o vereador Rafael Ranalli (PL) e apoiadores do ex-presidente realizaram a distribuição de adesivos em frente a praça do Choppão.
Carlos Nunes
Sábado, 22 de Março de 2025, 08h00