Vereador “plagia” projeto e tenta mudar data de eleição na Câmara de VG

 

O vereador de Várzea Grande, Neni do Chimarrão (PTC), pretende com uma manobra alterar a data da eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal de maio para fevereiro de 2018. Ele é o autor do projeto de resolução que tenta alterar o regimento interno da Casa, apresentado em sessão da última quarta-feira (13) e que teve parecer favorável oral da relatora, a vereadora Gisa Barros (PSB). Sua aprovação, no entanto, depende de votação dos demais membros do Legislativo Municipal.

Segundo disciplina o atual regimento interno da Câmara de Várzea Grande, a eleição da Mesa Diretora – que é composta pelos vereadores que definem a pauta do Poder Legislativo Municipal, além das finanças da Casa -, deveria ocorrer no dia 14 de maio de 2018, com posse apenas em 1º de janeiro de 2019 (o mandato da Mesa dura dois anos).

Com o projeto de resolução de Neni do Chimarrão, as eleições ocorreriam “na primeira sessão após o retorno do recesso legislativo de final de ano”, em fevereiro de 2018. Caso seja aprovado, a posse ocorre quase um ano depois, somente em janeiro de 2019.

Informações de bastidores dão conta que a manobra tem como objetivo beneficiar um grupo de vereadores da Câmara.

PLÁGIO

A controversa tentativa de mudança do regimento interno da Câmara de Várzea Grande possui ainda outro fato “inusitado”: a suspeita de que o projeto de resolução teria sido “plagiado”. O documento possui a seguinte redação.

“A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados de Várzea Grande, Estado de Mato Grosso resolve: art. 1º Alterar o art. 15 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados de Várzea Grande [...]”.

A redação correta seria “Câmara de Vereadores” e não “Câmara de Deputados de Várzea Grande”. Esta não é a primeira vez que a vereadora Gisa Barros, que é relatora do projeto de resolução, é suspeita de cometer plágio. Em sessão de março de 2017, ela apresentou um projeto para criação do Fundo Municipal de Cultura que continha a seguinte redação.

“Promover o intercâmbio e a circulação de bens e atividades culturais com outros Estados e Países, difundindo a cultura paulista; valorizar os modos de fazer, criar e viver dos diferentes grupos formadores da sociedade paulistana”.

De acordo com informações, a autoria do projeto é do vereador de São Paulo (SP), Paulo Reis (PT), e foi proposta na gestão Fernando Haddad (PT).