A vereadora eleita Maria Avallone (PSDB) disse que a indicação do prefeito eleito, Abilio Brunini (PL), para presidir a Mesa Diretora da Câmara Municipal de Cuiabá foi sim uma interferência dele no Legislativo Cuiabano. O nome 'sugerido' pelo ainda deputado federal é da correligionária Paula Calil (PL), eleita para exercer o primeiro mandato.

A tucana é atualmente a primeira suplente do partido, mas a partir de 2025 será a única parlamentar do ninho na Casa de Leis. "Ainda não conversei com todas as minhas colegas sobre, mas eu não concordo. Fomos eleitos com o poder de fiscalizar a prefeitura. Então, não é o prefeito que vai direcionar quem ele quer que seja presidente da Câmara. A Câmara não é puxadinho da Prefeitura, ele querer impor que a presidência seja da vereadora do partido dele e não concordo", disse em entrevista ao Jornal de Meio Dia, da TV Vila Real, nesta terça-feira (12).

A vereadora Maysa Leão vinha trabalhando a candidatura dela à presidência e chegou a declarar que tinha um grupo com 14 colegas que iriam apoiá-la. Foi então que Abilio Brunini explicitou que sua preferência era Paula Calil.

A tucana foi questionada se a indicação do bolsonarista foi um tipo de interferência e sem titubear afirmou que sim. "Vejo como interferência e acho que ele não pode fazer essa interferência. Ele tem o poder dela lá [na prefeitura] e nós temos o nosso poder aqui. Então, é cada um no seu quadrado, no seu poder. Interferir na presidência da Câmara ninguém pode, na verdade, nenhum poder pode intervir em outro", declarou Avallone.

Esposa do deputado estadual Carlos Avalone (PSDB), Maria afirma que terá identidade própria. Além disso, apesar de ainda não ter conversado com as demais mulheres, quer que uma delas seja a próxima presidente. "Articulação entre nós mulheres ainda não tive com nenhuma delas até proponho isso e quero sim que seja uma mulher presidente. Eu não tenho pretensão de ser presidente ou vice, mas quero participar, acho que seria elegante ter três mulheres, já que somos oito", defendeu.