Os vereadores Michelly Alencar (União Brasil) e Rodrigo Arruda e Sá (Cidadania) rebateram as acusações de que estão perseguindo a colega de parlamento Edna Sampaio (PT). A petista está sendo investigada pela Comissão de Ética da Casa de Leis municipal, presidida por Arruda e Sá, por suposta prática de "rachadinha" utilizando a Verba Indenizatória de sua ex-chefe de gabinete, Laura Natasha de Oliveira Abreu.

Contudo, o Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra Sampaio foi suspenso por determinação judicial após pedido da defesa da petista. A confusão começou pois, em coletiva de imprensa, na tarde de segunda-feira (21), Sampaio afirmou que estaria sendo alvo de um golpe por parte do colegiado para ter o seu mandato cassado. Isso porque, na última quinta-feira (17), o relator do caso, Kássio Coelho emitiu um parecer pela perda de mandato da vereadora. Ainda, segundo a legisladora, Michelly Alencar estaria a atacando constantemente.

Porém, Alencar afirma que Edna Sampaio continua adotando um discurso vitimista e que não se trata de gênero ou raça, mas sim da irregularidade cometida. “Infelizmente, a vereadora Edna adota e continua seguindo na linha do vitimismo alegando ser mulher, negra e petista. Não estamos falando do gênero, mas sim do ato cometido. Não adianta adotar essa linha de vitimismo para tentar justificar uma irregularidade cometida. Ela cometeu uma irregularidade, não quer admitir e está sendo investigada por isso”, afirmou Michelly Alencar, na manhã desta terça-feira (22).

Na visão de Michelly, as acusações de Sampaio são “pífias”. Dessa forma, Alencar explica que Edna ataca os parlamentares que possuem ideologia diferente da qual a petista defende.

“Eu tenho a consciência muito tranquila. São pífias essas acusações de perseguição. Todas vezes que a vereadora tem alguém que se posiciona contra alguma ideia, ideologia dela, essa pessoa vira perseguidora. Falta um preparo para estar na política porque é um campo onde existem posicionamentos contrários, de discordar. No caso da Edna, ela está sendo investigada de cometer uma irregularidade que é crime. O fato dela usar a justificativa que na Lei não proíbe, é um absurdo. A lei deixa clara que a verba é para a chefe de gabinete. Quem está cometendo crime de perseguição, é a vereadora Edna, me citando nominalmente, fazendo acusações de que eu estou perseguindo isso sim é uma perseguição”, pontuou.

MANOBRA

Já o presidente do colegiado que investiga Edna se defendeu das acusações feitas pela petista de que teria limitado o direito de defesa de Sampaio durante o processo de apuração. Segundo ele, tanto a legisladora quanto seu advogado, assinaram o recebimento do processo.

Todavia, Edna afirma que só teve acesso aos autos em 13 de julho, mais de dois meses após o início da investigação, que começou em 4 de maio. “Estamos conversando sobre um processo administrativo que foi instaurado por um erro da vereadora Edna. Em nenhum momento, cerceei a defesa ou agi com falta de respeito. Sempre tratei ela da forma que ela tem que ser tratada, com respeito e dignidade. Dentro de todo processo, ela fala que não teve acesso aos autos, mas tem assinatura dela e do advogado que recebeu o processo. Por último, ela alega que não teve direito de se defender. Ela teve 35 dias para se defender”, afirmou Rodrigo.

Devido à suspensão do processo de cassação, o legislador afirma que ainda não foi notificado e deseja ir até o Fórum para ser citado e ter acesso aos autos, que está em sigilo. “Não tem problema de perseguição. Não tem problema de nada. A gente não foi citado e a gente não pode responder enquanto não ser citado. Estou pensando em ir lá [Fórum] para ser citado e a gente possa ter acesso aos autos que estão em sigilo”, contou.