Na próxima quarta-feira, 8, a comitiva liderada pela ministra da Agricultura, Kátia Abreu, se reúne com autoridades da Rússia para discutir também o comércio de carne
O senador Wellington Fagundes (PR-MT) afirmou, nesta terça-feira, 7, que o Brasil deverá voltar, em curto prazo, a exportar carne ‘in natura’ para o Japão – o que permitirá a rápida recuperação do setor. Ele acredita que até o final do ano será possível estabelecer a retomada do comércio com o mercado asiático, com a decretação do fim do embargo imposto em 2012. “Entendemos que o resultado da primeira fase da missão brasileira pode ser considerado bem satisfatório” – disse o republicano, único representante do Senado na viagem.
Na próxima quarta-feira, 8, começa a segunda etapa da Missão Brasileira. A comitiva, liderada pela ministra da Agricultura, Kátia Abreu, se reúne com autoridades da Rússia para discutir também o comércio de carne. Em encontro com o ministro russo Alexander Tkachev, da Agricultura, está prevista a assinatura de acordo contendo uma lista de frigoríficos brasileiros que serão autorizados a exportar para o país europeu, o que inclui bovinos, suínos e aves. Haverá também encontros com empresários russos.
De acordo com Wellington, nas reuniões mantidas com as autoridades sanitárias e de agricultura do Japão “ficou muito bem caracterizada a boa vontade dos dois lados” em superar problemas que existem, para que o comércio bilateral avance. A Missão Brasileira encaminhou toda documentação e informações necessárias à análise de risco.
“O Brasil tem demonstrado interesse em se adaptar Pas regras sanitárias e fitossanitárias e o Japão quer garantias. Então, nada mais justo que se criar uma equipe para inspeção ‘in loco’ ao nosso país” – disse o senador.
A Missão Brasileira obteve o compromisso dos japoneses de que no começo do segundo semestre uma equipe irá vistoriar propriedades rurais, unidades produtoras e de controle que o Brasil dispõe. “Entendemos a preocupação das autoridades japonesas, mas acreditamos firmemente no fim do embargo” – frisou. Wellington aproveitou para convidar a vice-ministra de Saúde, Keiko Nagaoka, a proferir palestra e trocar experiências com os congressistas brasileiros.
Wellington Fagundes disse que o êxito da Missão deve se complementar a partir do trabalho a ser feito junto às autoridades da Rússia, cujos eventos acontecem paralelamente à reunião do BRICS – bloco de países emergentes formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Fagundes observou que essa ação política governamental é fundamental, uma vez que o setor registra queda nos negócios nos primeiros meses de 2015. As exportações de carne bovina caíram 17,1% em volume - de 632 mil para 524 mil toneladas. Entre janeiro e maio deste ano, houve uma redução de 20,8% em valor, comparado ao mesmo período do ano passado - de US$ 2,8 bilhões para US$ 1,8 bilhão.
Em Mato Grosso, segundo ele, a situação é preocupante. Com o maior rebanho bovino do Brasil, a redução das exportações no Estado foi ainda mais acentuada. Mato Grosso produziu este ano 12% a menos de carne comparado ao primeiro trimestre de 2014. Essa redução é resultante da menor oferta de animais para abate. A quantia de cabeças encaminhadas à indústria foi 14% menor entre os períodos.
“Temos que buscar a abertura desse mercado. Apesar de Mato Grosso continuar sendo líder nacional de produção de carne bovina, temos que trabalhar ainda por melhorias no sistema de produção, com o objetivo de cada vez produzir mais e com melhor qualidade” – disse o republicano.