Quinta-Feira, 17 de Março de 2022, 17h00
OPERAÇÃO RES CAPTA
Ameaçado, ex-vereador denuncia esquema de servidores e cacique em MT
Gelson Pereira Barros chegou a arrendar área na terra indígena Marãiwatsédé
LEONARDO HEITOR
Da Redação
Uma denúncia feita pelo ex-vereador Gelson Pereira Barros junto à Polícia Federal resultou na Operação Res Capta, deflagrada na manhã desta quinta-feira. O ex-parlamentar, que já presidiu a Câmara Municipal de Serra Nova Dourada, também é empresário e pecuarista.
Ele relatou ter pago por um arrendamento de parte de uma terra indígena, mas ao solicitar a devolução do montante pago, foi ameaçado pelo grupo que efetuava as negociações. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o ex-vereador denunciou o esquema após tentar arrendar uma parte da Terra Indígena Marãiwatsédé por R$ 50 mil.
O valor teria sido pago ao coordenador da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Ribeirão Cascalheira, Jussielson Gonçalves Silva, juntamente com o outro integrante da organização criminosa, Gerard Maxmiliano Rodrigues de Souza. Gelson apresentou à PF comprovantes de transferências realizadas em setembro de 2021, enviadas para a conta de Thaiana Ribeiro Viana, funcionária da Funai e esposa de Gerard.
Foram pagos ao grupo cerca de R$ 50 mil. Ao tentar reaver o dinheiro, o ex-vereador foi ameaçado pela organização criminosa, o que motivou a denúncia.
Durante a operação, foram presos Jussielson Gonçalves Silva, Enoque Bento de Souza e Gerard Maxmiliano Rodrigues de Souza. Além deles, foram alvos de medidas cautelares Aldemy Bento da Rocha, Bruno Peres de Lima, Claudio Ferreira da Costa, Derso Portilho Vieira, Ivo Vilela de Medeiros Junior, Gilsom Nunes da Silva, Ivonei Vilela Medeiros, João Victor Borges Correia, Justino Agapito de Oliveira Xerente, Marcos Alves Gomes, Manoel Pinto de Araujo, Osmair Cintra dos Passos, Saconele Zaercio Fagundes Golveia, Thaiana Ribeiro Viana e Wilian Paiva Rodrigues. De acordo com a Polícia Federal, Jussielson é coordenador regional da Funai em Ribeirão Cascalheira e militar da reserva.
Os outros dois presos também são militares, sendo que Gerard Maximiliano é PM do estado do Amazonas, onde é segundo sargento, e Enoque Bento é ex-PM na mesma corporação, onde atuou por 20 anos. Este último tem, inclusive, uma condenação de mais de 18 anos de prisão.
A sede da Funai de Ribeirão Cascalheira foi alvo de busca e apreensão da PF. Alguns servidores do órgão foram apontados pela PF como responsáveis por cobrar valores de fazendeiros da região para intermediar os arrendamentos nas terras indígenas.
Uma Toyota SW4 foi apreendida pelos agentes. Ela teria sido dada de presente pelo grupo ao cacique Damião Paridzané. Segundo as investigações, o cacique Damião Paridzané, que liderava a Terra Indígena Xavante Marãiwatsédé receberia, mensalmente, R$ 900 mil pelo arrendamento ilegal de uma parte das terras indígenas que comandava para fazendeiros.
Ele não foi preso na operação, mas ficou proibido pela Justiça de firmar parcerias para qualquer tipo de exploração na área, além de não poder manter contato com nenhum dos presos e ter suas contas bancárias bloqueadas.
APREENSÃO DE ARMA
Durante cumprimento de mandado contra o ex-policial Enoque Bento de Souza, policiais federais apreenderam uma pistola na residência. Chama atenção o fato da arma estar em cima da cama, em local de fácil visualização.
Não havia ninguém no quarto no momento da apreensão. O vídeo abaixo mostra os policiais entrando no quarto e localizando a arma.
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Wagner | 17/03/2022 19:07:24
Que tal a PF , dar uma olhada nas Terras IndÃgenas colada em Primavera do Leste !!!
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